São Paulo, sábado, 19 de abril de 1997
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Autoridades negam arrocho no crédito

Malan e Loyola dizem que não é o momento

DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro da Fazenda, Pedro Malan, negou ontem que o governo esteja estudando medidas para restringir o consumo agora.
"Quando nós acharmos que uma medida se faz necessária, nós a adotaremos. Não é a situação que estamos vivendo no momento. O que não quer dizer que jamais adotaremos qualquer medida (de restrição de crédito)."
Malan disse também que vê com "perplexidade" a ansiedade com que alguns analistas acompanham a evolução da balança comercial.
"Alguns passaram a acompanhar o desempenho da balança de forma diária ou horária. Essa obsessão não faz sentido, pois há enormes flutuações. Assim como uma andorinha só não faz verão, um dia de exportações também não o faz."
O presidente do Banco Central, Gustavo Loyola, também negou ontem em São Paulo que o governo irá arrochar o crédito. O assunto, segundo ele, não está na pauta da próxima reunião do Conselho Monetário Nacional.
Ele disse que a manutenção da TBC (taxa básica de juros) em 1,58% para maio foi determinada por fatores técnicos, como a redução da liquidez, e não para conter o crédito.
Ele admitiu, contudo, que a medida tem como consequência a contenção do crédito. A decisão do BC sinaliza para o mercado a atenção do governo para esse tema, disse Loyola.
A taxa efetiva na economia, segundo ele, não muda porque a banda dos juros (piso na TBC, que está em 1,58%, e teto na TBAN, em 1,78%) está num bom nível e o over (negócios por um dia com títulos) está encostando na TBC.
"A taxa de juros do over ficou mais alta que a do mês passado. Deve cair naturalmente. A de maio fica no mesmo nível ou mais baixa que em abril", disse Loyola, que se mostrou reticente e evasivo ao responder a perguntas sobre prováveis medidas para redução de crédito.

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