São Paulo, sábado, 19 de abril de 1997
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Termina a greve dos estivadores

FAUSTO SIQUEIRA

FAUSTO SIQUEIRA; FABIO ZANINI
DA AGÊNCIA FOLHA, NO GUARUJÁ

Paralisação foi parcial ontem

FABIO ZANINI
Os estivadores do porto de Santos, em assembléia ontem à noite, decidiram suspender, até a zero hora de terça-feira, a greve iniciada na última terça-feira.
A volta ao trabalho nos demais portos do país deverá ocorrer hoje pela manhã.
Os sindicatos iriam realizar assembléias e seguir a determinação da Federação Nacional da Estiva para pôr fim à greve.
Segundo a federação, a greve parou ontem 50 mil dos 62 mil trabalhadores portuários e 49 dos 51 portos brasileiros.
O diretor da federação Orlandino Custódio, da regional de Brasília, disse que os sindicatos de todos os Estados estavam sendo avisados para suspender a greve.
Acordo
Os estivadores de Santos aceitaram proposta da Cosipa (Companhia Siderúrgica Paulista) para que retomassem o trabalho às 20h. A Cosipa se comprometeu a requisitar mão-de-obra dos avulsos até a próxima segunda-feira. A negociação será retomada na terça.
O acordo foi feito a partir de um contato direto do presidente do Sindicato dos Estivadores de Santos, Joaquim Quincas da Silva, e o presidente da Cosipa, Marcus Tambasco, enquanto acontecia reunião de negociação no Guarujá entre representantes da empresa e do sindicato.
Em Cubatão, os trabalhadores aplaudiram o discurso do presidente do sindicato e soltaram rojões, comemorando o fim da greve. A proposta foi aprovada por unanimidade.
Solidariedade
A greve nacional dos estivadores, ontem, obteve adesão parcial e paralisou alguns dos principais portos brasileiros.
Durante o dia, ficaram totalmente parados os portos em Santos (SP) e Rio de Janeiro (RJ).
Os estivadores do porto de Rio Grande (313 km ao sul de Porto Alegre), o quarto mais importante do país, decidiram no final da tarde de ontem suspender a sua paralisação.
Em Paranaguá (PR), houve manifestação por duas horas, das 7h às 9h, mas não houve paralisação.
Em Itajaí (SC), a paralisação foi de duas horas pela manhã e outras duas à tarde. Em Vitória (ES), foi realizada operação-padrão e o trabalho se processou mais lentamente. O porto de Recife (PE) funcionou normalmente.
Dirigentes da federação se reuniram ontem na sede da CUT, em Brasília, com o presidente da central, Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho.
No quarto dia de greve em Santos, segundo a Codesp, dos 20 navios atracados, havia pelo menos três em operação.
A quantidade de navios ancorados ao largo à espera de atracação cresceu de 21 (anteontem) para 28 (ontem).

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