São Paulo, sábado, 19 de abril de 1997![]() |
![]() |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Coleção de d. Pedro 2º exibe mundo do século 19
EDER CHIODETTO
O primeiro impacto dessa invenção sobre o imperador -que comprou uma máquina de daguerreotipia e se tornou o primeiro brasileiro a bater uma fotografia- e sobre toda a humanidade naquele momento é o que a exposição "A Coleção do Imperador - Fotografia Brasileira e Estrangeira no Século 19", que abre hoje, às 15h, na Pinacoteca do Estado, mostra com brilhantismo. Até então só era possível representar o mundo e as coisas do mundo com o desenho e com a escrita. A partir desse momento, o homem possuiu uma ferramenta de representação ultra-realista que iria impulsionar decisivamente o avanço dos mais diversos setores do conhecimento. D. Pedro 2º percebeu rapidamente a importância do processo fotográfico para as ciências e para a cultura em geral. Aficionado pela fotografia, d. Pedro 2º gastou expressivas quantias com a contratação de fotógrafos no Brasil, como está registrado nos livros contábeis da Casa Imperial. A coleção, no entanto, não inclui nenhuma das três fotos de autoria atribuída ao imperador, que estão todas em poder de seus herdeiros. A maior parte das imagens foi obtida pelo imperador durante viagens ao redor do mundo, realizadas entre 1871 e 1888. Geralmente as fotos eram compradas ou ganhas. Há fotos da Grécia, Egito, Turquia, Jerusalém, Ásia e praticamente toda a Europa. No verso das fotos existem anotações feitas pelo imperador, além de dedicatórias. Não se conhece no mundo outra coleção de fotografias do século 19 com tamanha diversidade de temas e procedências. Além de narrar os primórdios da fotografia, a coleção é um dos documentos mais pungentes que existem sobre a história do homem da segunda metade do século 19. Em 1889, com a proclamação da República, d. Pedro 2º foi banido do Brasil. Sua vasta biblioteca ficou aqui. Depois de muitos desentendimentos entre os republicanos, que não queriam devolver o patrimônio ao ex-imperador, e Portugal, que exigia a devolução, d. Pedro 2º resolveu doar tudo para algumas instituições. Coube à Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, a maior parte desse material. Texto Anterior: Mostra tem cartas inéditas de escritor Próximo Texto: Exposição faz mescla de didatismo e arte Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |