São Paulo, sábado, 19 de abril de 1997
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Cavalo-marinho e reggae fecham Heineken

CARLOS CALADO
ESPECIAL PARA A FOLHA

O Heineken Concerts 97 termina hoje com shows do grupo de reggae Cidade Negra, dos pernambucanos do Mestre Ambrósio, que tocam estilo chamado cavalo marinho, próximo ao bumba-meu-boi, e do cantor e guitarrista Johnny Clegg, que vem da África do Sul com a banda Savuka.
Segunda Noite
A música brasileira e o jazz conviveram com harmonia na segunda noite do Heineken Concerts, anteontem, em São Paulo.
Longe de restringir os recursos musicais de seu mestre-de-cerimônias, a chamada "noite dos arranjadores" serviu para que César Camargo Mariano pudesse exibir suas várias facetas.
No quarteto que inclui baixista e baterista norte-americanos, César trouxe outro brilhante músico brasileiro radicado nos EUA: o violonista Romero Lubambo.
Quase desconhecido entre os paulistas, Lubambo conquistou a platéia do Palace desde os primeiros números -entre eles, um lírico duo com o piano de César, na clássica "No Rancho Fundo".
Primeiro convidado da noite, o norte-americano Michael Brecker ofereceu uma mostra sintética do estilo exuberante que fez dele um dos saxofonistas de jazz mais imitados nas últimas décadas.
Eclético, Brecker alternou "grooves" dançantes na linha do jazz-soul (em "Aliá"), com uma versão quase tradicional da balada "Body and Soul".
A também norte-americana Dianne Reeves não deixou por menos. Ao lado de César e Romero Lubambo, mostrou em uma impressionante versão de "Softly as in a Morning Sunrise" porque é considerada uma das mais promissoras vozes do jazz atual.
Com muitos quilos a mais do que em sua primeira exibição no país, cinco anos atrás, durante esse período Dianne também incorporou mais densidade, volume e brilho a seu belo vozeirão.
Segura, com uma presença de palco hipnotizante, a cantora revelou sua afinidade com a MPB, sem abandonar seu estilo. Criou vocalismos afros ao improvisar a jobiniana "Triste", .
Infeliz na escolha do repertório, especialmente o batido tema da novela "Anjo de Mim", Ivan Lins acabou comandando a parte mais pálida da noite -restrita a baladas e canções românticas. Curiosamente, o melhor momento de Ivan foi um breve duo com Dianne, já no final do show, em "Freedom Dance". Instante em que a química sonora realmente funcionou.

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