São Paulo, sábado, 19 de abril de 1997
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Estradas e ferrovias param por causa de ameaças e bombas

PAULO HENRIQUE BRAGA
DE LONDRES

A explosão de duas bombas e várias ameaças de ataques terroristas paralisaram ontem o tráfego em estradas e ferrovias do norte da Inglaterra. Não houve vítimas.
Duas pequenas bombas explodiram nas estações de trem de Leeds e Doncaster. A polícia também detonou um pacote suspeito em Stoke on Trent, noroeste do país. Em Crewe, uma estação foi esvaziada após ameaça de bomba.
Uma parte da rodovia M6, que liga a região sul ao noroeste da Inglaterra, também foi paralisada.
Antes dos incidentes, as autoridades receberam ligações com avisos codificados na linguagem geralmente usada pelo IRA (Exército Republicano Irlandês, que defende a fim da soberania britânica sobre a Irlanda do Norte).
Em Leeds, porém, não houve qualquer aviso antes da explosão, que ocorreu ao lado dos trilhos enquanto um trem passava.
O tráfego foi interrompido nas ruas do centro das cidades afetadas pelas ameaças de bomba. Casas e estabelecimentos comerciais foram desocupados.
O premiê do Reino Unido, John Major, estava ontem na região em campanha eleitoral pelo Partido Conservador. Para prevenir qualquer incidente, um esquadrão antibomba viajou com a comitiva do primeiro-ministro.
Major condenou a ação e culpou o IRA. O incidente também foi condenado por Tony Blair, líder do Partido Trabalhista.
Campanha
Aparentemente, a ação do grupo terrorista é mais uma tentativa de chamar a atenção do país para a questão da Irlanda do Norte antes das eleições de 1º de maio.
O IRA tem aplicado a tática de causar distúrbios, mas evitar mortes em suas ações, o que poderia comprometer o apoio à causa republicana.
No início do mês, o grupo colocou duas bombas na M6, interrompendo o tráfego por várias horas. Outras ameaças de bomba fecharam estações de metrô na capital britânica.
A última grande ação do IRA ocorreu no dia 4, quando uma ameaça de bomba do grupo provocou o adiamento do Grand National, a prova de turfe mais tradicional do Reino Unido.
O premiê da Irlanda, John Bruton, aliado do Reino Unido na questão da Irlanda do Norte, condenou a ação do IRA.
Bruton criticou o Sinn Fein, braço político da organização. Ele disse que votar no partido, que concorre nas eleições de 1º de maio, significa dar apoio ao IRA.
O líder do partido, Gerry Adams, não condenou a ação de ontem.

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