São Paulo, segunda-feira, 21 de abril de 1997
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Problemas são 'pontuais'

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

A assessoria de relações externas da Companhia Vale do Rio Doce, em Belo Horizonte, alega que os problemas ambientais denunciados são "pontuais".
Ou seja: são poucos casos em meio a uma "enormidade" de projetos que a empresa mantém no Estado e no país.
O assessor Luiz Paulo Serrano diz que a Vale "nunca vai polemizar e nunca vai para o confronto" com os ambientalistas, pois está consciente do seu dever de cuidar do meio ambiente agredido.
"O que realmente agride é o impacto visual. Mas a área que a mineração afeta no país é 4.000 vezes menor do que a agricultura", diz o assessor, citando dado do Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração). As políticas de compensações da Vale são vistas na empresa como uma forma de ela assumir o passivo ambiental.
"Você tem de investir no que prejudicou. Mas o retorno que ela (a Vale) dá para a sociedade, em função do que ela agride, é muito maior. A empresa assume o passivo e honra os compromissos que ela já tem com o meio ambiente", diz.
Certificação
A Vale quer responder aos críticos com a certificação ISO 14001 (Sistema de Gestão de Qualidade Ambiental).
Na última quinta-feira, segundo a Vale, o órgão certificador BVQI (Bureau Veritas Quality International) recomendou a certificação ao Centro de Tecnologia da estatal, o Sutec, em Itabira (MG).
Trata-se do primeiro centro minero-metalúrgico do mundo a conseguir tal certificado, que deverá ser entregue na próxima semana.
Investimentos
A Vale, segundo a assessoria da empresa, já investiu em meio ambiente cerca de US$ 600 milhões no país nos 55 anos de operação.
O valor significa quase a totalidade do lucro líquido da empresa no exercício de 1996 (US$ 608 milhões).
No período 93 a 99, somente em Minas Gerais -onde a empresa já extraiu 1,5 bilhão de toneladas de minério-, a Vale planeja investir mais US$ 39,4 milhões em meio ambiente.
Com esses investimentos, a Vale quer fazer de Itabira -onde a empresa nasceu em 1942- a cidade com o maior m² de área verde por habitante: 50 m². Segundo a Vale, a Organização Mundial da Saúde recomenda 15 m² por habitante.

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