São Paulo, segunda-feira, 21 de abril de 1997
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Pesquisador quer campanha

DA SUCURSAL DO RIO

O antropólogo Pedro Agostinho, 59, professor coordenador do programa de pesquisa "Povos Indígenas do Nordeste da Bahia", da Universidade Federal da Bahia, disse que o Brasil ficará desmoralizando internacionalmente se não houver punição severa dos responsáveis pelo atentado ao índio pataxó Galdino dos Santos.
O antropólogo, que atuou como perito na demarcação de reserva dos pataxós na Bahia, disse que pretende iniciar campanha para que o caso vá à Corte Internacional de Haia, se houver impunidade.
Para o conselheiro da Fundação Darcy Ribeiro, antropólogo Carlos Moreira, 68, o atentado a Santos "só vem confirmar o desprezo e a aversão que a sociedade tem a nosso índio".
Moreira disse esperar que "eles sejam punidos e que isso sirva de alerta para o presidente da República".
A antropóloga Eliana Granado, coordenadora do programa da Gestão da Questão Indígena da Companhia Furnas, considerou o caso lastimável.
"Em um momento em que o índio está tentando se organizar, lutando pelo direito de ser diferente, esse direito não é respeitado", disse.
A antropóloga chamou atenção para a ironia do caso. "Os ditos civilizados usam de selvageria, de um comportamento animalesco para atingir quem chamam de 'selvagens'."

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