São Paulo, segunda-feira, 21 de abril de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Max libera fax para gente de atitude
BELL KRANZ
* Folha - Melhorou o baixo astral após a separação do Sepultura? Max Cavalera -Foi um baque muito forte, mas acho que já estou passando por cima. Ir para Recife, fazer a jam com a Nação Zumbi, participar de outros projetos, procurar músicos para a minha nova banda, tudo isso está me deixando ocupado, e eu não fico pensando nas coisas negativas. Folha - Entre esses novos projetos, qual o mais importante? A nova banda? Max -É, com certeza. Folha - Dá para traçar um perfil dos integrantes que você procura? Max -Estou conversando com muita gente e de muito interesse no mundo inteiro. Conversei bastante com o Ozzy, acho que ele é um exemplo perfeito de uma pessoa que foi chutada pela banda (Black Sabbath) e passou por cima. Ele mesmo me deu um conselho: usar o tempo para achar essas pessoas certas. Folha - Alguma delas tem de ser brasileira? Max -Tem porque é a identidade do meu trabalho. Pelo menos a metade, é o meu desejo. Vai ter quatro integrantes oficiais, como o Sepultura. Mas como eu quero começar uma coisa nova, não quero copiar o Sepultura, o Sepultura é uma coisa única, estou com a idéia de botar os quatro, mas também usufruir da percussão, trazer alguém que toque percussão. Então, seria uma mistura de tudo que eu ouço. Por exemplo, quando fiz o Nail Bomb era um som mais industrial. E o Sepultura estava começando no lance da percussão. Agora é juntar isso tudo e fazer um som universal, algo bem novo. Folha - Dá para dizer aos fãs o que eles podem esperar do Max? Max -A única coisa que eu garanto é que eles não vão ficar chocados com uma mudança radical. Um lado da música que vai vir é a continuação do meu trabalho, o estilo das letras, do vocal, mas tenho a curiosidade de ter esse povo novo. É um começo novo, de revolução musical na minha vida. Folha - Como você procura essa gente nova? Max -É uma zona organizada. É gente mandando fax, fita, gente de banda ligando, eu ligando para algumas pessoas. Um dos meus bateristas preferidos é o Mike Bordin, do Faith No More. E ele mostrou muito interesse, mas está ocupado, fazendo a turnê do Ozzy. Ele, eu consigo ver na banda. Fiz uns testes com o pessoal que tocava com o Danzig, mas não foi o que eu esperava. Eu não estou muito preocupado com fama, para falar a verdade. Para mim é a garra e a atitude que vão contar. O moleque pode vir de uma garagem, ninguém conhecer, mas se tem aquela atitude que eu sei, está dentro. Folha - Interessaria a você publicar no Folhateen um endereço para os interessados mandarem fita? Max -Seria bem legal. O fax é aberto aqui no escritório. Folha - Seria fax ou fita? Max -O primeiro contato por fax. Gostando das idéias, peço para a pessoa mandar mais material. Folha - O que o cara coloca no fax? O som que ele faz... Max -O que ele quiser falar no fax para apresentar o trabalho dele. É aberto. Acho que já nas palavras têm a atitude ligada. Folha - Qual é o número, Max? Max -É 001. 602.493-22-09. Folha - A Glória está a fim de continuar como empresária da sua banda? Max -Ela teve uma proposta de uma banda inglesa que eu sou superfã, que chama Dubwar, faz um hardcore misturado com raggamufin'. Acho que ela vai empresariar, mas vai continuar empresariando o meu lance porque o que ela fez com o Sepultura foi muito legal, pegar a gente do nada e botar bem no topo. Eu vi o trabalho dela esses anos e eu sei o que ela fez. Texto Anterior: Radialista ajudou o Só Pra Contrariar Próximo Texto: Trechos de música inédita do ex-Sepultura Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |