São Paulo, segunda-feira, 21 de abril de 1997 |
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Para poucos; Privatização; Genocídio cruel; Outros números; Despesas; Desrespeito; Medida tardia; Aposentadoria de servidores Para poucos "Por um lado, a fala oficial, no artigo do ministro Raul Jungmann (17/4). Por outro, os artigos do agricultor e membro do diretório nacional do MST José Rainha Jr. (17/4) e do jornalista Janio de Freitas (18/4) e a manifestação em Brasília. Realmente, FHC governa para poucos." Floriano Nuno de Barros Pereira Filho, conselheiro do Conselho Regional de Psicologia -6ª Região, São Paulo (São Paulo, SP) Privatização "Sou testemunha do trabalho sério e transparente que o governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Energia, vem desenvolvendo em prol do fortalecimento das empresas energéticas do Estado. A privatização das mesmas é medida que se impõe e está sendo executada nos termos da lei proposta pelo Executivo e aprovada pelo Poder Legislativo. O artigo do secretário de Energia, David Zylbersztajn, publicado em 16/4, espelha fielmente o que vem acontecendo e tem conclusão lógica: para o cidadão, o que interessa é a garantia dos serviços com qualidade." Ruy Martins Altenfelder Silva, diretor-geral do Instituto Roberto Simonsen (IRS) e presidente da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial -Aberje (São Paulo, SP) * "Com relação ao artigo do secretário de Energia de São Paulo, é preciso ressaltar que nós, os consumidores, não somos otários. Com os recentes aumentos nas tarifas de energia elétrica concedidos pelo governo federal, fica claro que a iniciativa privada não precisará fazer o papel de vilã quando assumir o setor elétrico paulista. Muito pelo contrário, receberá empresas saneadas e lucrativas -o filé mignon! O processo de privatização em curso já está fazendo com que paguemos contas mais caras." Roseana Guilhermina Claudio (São Paulo, SP) Genocídio cruel "Acostumamo-nos a encarar os crimes do colarinho branco como crimes 'chiques' ou 'espertos'. Mas isso é uma aberração. O desvio do dinheiro público é a forma mais cruel de genocídio e deveria ser capitulado como 'crime hediondo'. Calculando que por volta de US$ 1.200 anuais seriam suficientes para manter uma criança viva e alimentada, fica fácil ver que cada vez que alguém desvia essa importância dos recursos públicos condena uma criança à morte ou a mata com suas próprias mãos." Roberto Lira Miranda (São Paulo, SP) Outros números "Com relação ao artigo "Reforma agrária: compromisso de todos' (13/4), de autoria do presidente Fernando Henrique Cardoso, a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais tem a esclarecer: no ano de 1995, em Minas Gerais, foram assentadas apenas 313 famílias, dentro de uma previsão de 1.019. Em 1996, apenas 294 famílias podem ser efetivamente consideradas assentadas, quanto a previsão era de 1.500 famílias. Com relação à afirmação do presidente de que 'os recursos financeiros (para a reforma agrária) foram aumentados e liberados com maior rapidez', seria omissão da nossa parte se não contestássemos tal questão com veemência. Os recursos liberados em 1995 e 1996, bem como os previstos para este ano, são rigorosamente insuficientes para viabilizar minimamente a implantação dos projetos de assentamento." Maria Antônia Costa Nogueira, diretora do Departamento de Política Agrária da Fetaemg -Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais (Belo Horizonte, MG) Despesas "Quem pagou as despesas da marcha dos sem-terra? Qual o custo de hotéis, restaurantes, carros e até celulares dos cabeças do movimento, e bonés, camisetas e refeições desses pobres coitados que marcharam, induzidos por esses espertalhões desocupados, que ficam em gabinetes com ar-condicionado, que se dizem líderes desse famigerado MST?" Henrique Mauricio Campos (Goiânia, GO) Desrespeito "O deputado Fernando Ferro faz uma diferenciação entre pessoas de rádios comunitárias e pessoas de rádios livres, classificando estas como inescrupulosas. Desconhece o nascedouro desse movimento no Brasil. Sua opinião é um desrespeito ao trabalho, entre outros, realizado por Marcelo Mazagão à frente da Rádio Xilik da PUC e da TV Cubo (TV Livre), como é um desrespeito à minha pessoa e às pessoas da Rádio Livre Reversão." Valionel Tomaz Pigatti, ex-presidente da Associação das Rádios Livres do Estado de São Paulo (São Paulo, SP) Medida tardia "Acredito que a grande maioria das pessoas interessadas pela educação ficou estarrecida ao saber que somente a partir de agora as faculdades privadas de ensino superior poderão ser tratadas pelo Ministério da Educação como entidades jurídicas com fins lucrativos. Que tal estender a medida para as escolas de primeiro e segundo graus?" Luiz Antônio da Silva (São Paulo, SP) Aposentadoria de servidores "A respeito da discussão sobre a limitação do acúmulo de aposentadoria com nova remuneração, no serviço público, observo que: 1) estão sendo ignorados tanto o direito à aposentadoria, decorrente de contribuição regularmente recolhida, quanto a obrigação do governo de remunerar quem lhe presta serviço, assalariado ou não; 2) a contribuição mensal para a aposentadoria é constituída por uma parcela paga pelo assalariado e outra paga por seu empregador. Nesse sentido, pelo menos parte da aposentadoria constitui 'devolução' do que já pertence ao próprio servidor, fruto de seu trabalho; 3) independentemente da questão do teto, nos casos de acúmulo da aposentadoria com nova remuneração, a aposentadoria poderia ser reduzida a valor proporcional à parcela correspondente à contribuição previdenciária anterior, paga pelo próprio servidor e adequada e atuariamente calculada; 4) esse princípio de proporcionalidade deveria ser também aplicado aos casos de servidores que procuram e frequentemente conseguem alterar o seu regime de trabalho, de 20 para 40 horas semanais de trabalho, dobrando sua remuneração às portas da aposentadoria (integral!). Ou seja, a aposentadoria deveria ser calculada levando em conta o tempo em que o servidor esteve em cada regime de trabalho." Antonio de Figueiredo (Rio de Janeiro, RJ) Texto Anterior: Ver para crer Próximo Texto: ERRAMOS Índice |
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