São Paulo, segunda-feira, 21 de abril de 1997
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Secretaria defende projeto

NICE MELO
ESPECIAL PARA A FOLHA

O índio pataxó Itambé afirmou, em entrevista publicada na edição de 14 de abril de Turismo (pág. 6-2), não ter sido consultado sobre projetos para a ocupação da região de Coroa Vermelha, em Cabrália (BA).
Diante dessa declaração, queremos esclarecer alguns pontos. Há cerca de dois anos, a Secretaria da Cultura e Turismo da Bahia mantém entendimentos com a comunidade de Santa Cruz de Cabrália -principalmente os indígenas- para a implantação do Parque Histórico Coroa Vermelha.
Durante esse período, reuniões foram realizadas com representantes da tribo pataxó -como o vereador Chico Índio-, da Fundação Nacional de Apoio ao Índio, da prefeitura e da comunidade, principais interessados na questão.
O último encontro, ocorrido em janeiro deste ano, contou com a participação de todos os segmentos citados.
O projeto do Parque Histórico Coroa Vermelha prevê uma área pública e outra indígena, onde se situará a vila. A organização da aldeia será definida a partir de um suporte antropológico, levando-se em consideração os costumes dos grupos.
O perímetro delimitado para o parque está, hoje, ocupado de forma desordenada por pataxós procedentes de áreas indígenas da região, atraídos pela atividade turística, e por invasores não-indígenas. O espaço para o parque representa 1,2% do total da área, de 1.492 hectares, destinada aos índios.
No parque, está prevista a construção de uma estrutura de comércio, com a oferta de 30 lojas, com espaço para a venda de produtos do artesanato indígena pelos próprios índios.
Com esse projeto, o governo do Estado da Bahia -que já investiu mais de US$ 65 milhões em obras de saneamento, estradas, ampliação do aeroporto e recuperação do patrimônio histórico na costa do Descobrimento por meio do Programa de Desenvolvimento do Turismo-, irá resgatar o sítio histórico da Primeira Missa realizada em solo brasileiro, retratada na histórica carta de Pero Vaz de Caminha.
A iniciativa cria condições indispensáveis para as comemorações dos 500 anos do descobrimento no ano 2000.

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