São Paulo, terça-feira, 22 de abril de 1997
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Simpósio discute o confinamento

SEBASTIÃO NASCIMENTO
DA REPORTAGEM LOCAL

O fazendeiro texano Paul Engler, da cidade de Amarillo, confina 300 mil bois por ano. Steve Irsik chega a alojar 280 mil cabeças em confinamento no Estado do Kansas.
Foram experiências desse porte que cerca de 600 pessoas, entre fazendeiros e técnicos brasileiros, ficaram conhecendo no 1º Simpósio Internacional Sobre Produção Intensiva de Gado de Corte, realizado na semana passada, no hotel Transamérica, em São Paulo.
Para efeito de comparação, o professor Albino Luchiari, um dos palestrantes nacionais e diretor do Frigorífico Menu Moderno, disse que não conhece no Brasil um confinamento de mais de 20 mil cabeças.
O Brasil tem 130 milhões de cabeças de gado e menos de 1% é criada em confinamento. Já 80% do rebanho norte-americano de corte provém de confinamento.
"O sistema pode ter êxito no Brasil. Ele aumenta a produtividade do rebanho e ocupa menos terra, cujos preços são elevados", diz José Luis do Amaral, da Elanco, uma das empresas patrocinadoras.
Engler e Irsik são duas espécies de "reis do gado" em seu país. São amigos e seus sistemas de confinamento também são semelhantes.
Eles explicaram que nos EUA o fazendeiro dificilmente é proprietário sozinho de um confinamento. Engler, por exemplo, possui 60% das 300 mil cabeças que confina. As restantes 40% são de investidores.
Em sistema de rodízio, ou seja, o gado se reveza no pasto durante os 12 meses do ano, Engler chega a produzir 700 mil cabeças por ano.
Nos EUA, a maioria do gado confinado tem origem européia e canadense, como aberdeen-angus, hereford, limousin e charolês.
Ressalvando conhecer pouco sobre a pecuária nacional, Paul Engler manifestou opinião positiva sobre a cruza do zebu com o gado europeu que é feita no Brasil. "Melhora a qualidade da carne e dá mais peso ao animal", disse.

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