São Paulo, terça-feira, 22 de abril de 1997
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Cultura enfrenta riscos de seca e geadas

DA REPORTAGEM LOCAL

A produção de milho safrinha faz parte de uma mudança mais ampla do sistema de produção agrícola no país, segundo Alfredo Tsunechiro, pesquisador do IEA.
"O produtor começou a plantar milho durante o período outono-inverno por conta própria. A pesquisa teve que correr atrás para encontrar tecnologia mais adequada", afirma Tsunechiro.
Desde 93, o Centro de Desenvolvimento do Vale do Paranapanema (CDV) e a estação experimental de agronomia da região promovem um seminário sobre a cultura do milho safrinha.
"Técnicos de todo o país se reúnem em Assis (SP) para divulgar tecnologia apropriada, levantamento de problemas que podem ser resolvidos pela pesquisa científica e épocas de plantio do milho safrinha", afirma Aildson Duarte, pesquisador do IAC (Instituto Agronômico de Campinas).
Riscos
"Ao plantar milho da chamada segunda safra, o produtor tem dois objetivos: aumentar a renda e diminuir a ociosidade das máquinas", afirma Tsunechiro.
Mas o milho safrinha é uma cultura de alto risco, pois pode enfrentar estiagem e geadas no Paraná e em São Paulo.
Devido à seca que atinge os dois Estados atualmente, a produtividade da cultura deve ser menor que a prevista pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).
"No Paraná há também a ocorrência das pragas do percevejo e da lagarta no milho", afirma Antonio Carlos Gerage, pesquisador do Iapar (Instituto Agronômico do Paraná) de Londrina.
Rentabilidade
Dados do IEA/IAC mostram que o custo operacional do milho safrinha, com plantio normal e uso de alta tecnologia, para o Vale do Paranapanema é de R$ 217,62/ha, considerando uma produtividade média de 3.300 kg/ha.
A receita líquida é de R$ 194,88/ha, contra R$ 106,83 do milha da safra de verão sob as mesmas condições na mesma região do Estado.
Em relação ao trigo, o custo médio da produção de milho safrinha é aproximadamente 18% menor, enquanto que a produtividade média é 36% maior, segundo a Coopermota (Cooperativa dos Cafeicultores da Média Sorocabana/Cândido Mota).
"Na região de Assis, a área de milho safrinha é três vezes maior que o da safra de verão, quando o normal deveria ser o contrário. Isso se deve à boa lucratividade obtida pelo produtor na safra outono/inverno", afirma Tsunechiro.
O plantio de praticamente todo milho safrinha em São Paulo é feito após a colheita da soja precoce (fevereiro/março), segundo Aildson Duarte, pesquisador do IAC.

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