São Paulo, terça-feira, 22 de abril de 1997
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Promotora chama caso de "estarrecedor"

DA AGÊNCIA FOLHA

"É estarrecedor", declarou à Agência Folha a promotora de Justiça Margareth Sinimbu. Ela recebeu a denúncia da existência do álbum com fotos de sexo explícito com as crianças e se disse abismada com o grande número de meninas prostituídas com idade inferior a 14 anos.
Em entrevista à Agência Folha por telefone, ela disse que os envolvidos "exploram a miséria das famílias".
Agência Folha - Este é o caso mais grave de prostituição infantil já visto na região?
Margareth Sinimbu - Estamos numa região de garimpo e sempre aparecem casos de exploração de menores. Eu já acompanhei muitos deles, dos mais absurdos, mas este é realmente chocante. As fotos são de sexo explícito e mostram claramente que elas são crianças, não têm nem pêlos pubianos.
Agência Folha - Para que caminho as investigações apontam?
Sinimbu - Todos sabem que existe a prostituição infantil em todo o país, mas o difícil é conseguir provas concretas. Nessa denúncia, graças à coragem da mãe de uma das meninas, parece que descobrimos a ponta de um grande iceberg que pode levar até o tráfico interestadual de crianças.
Agência Folha - Qual o perfil das meninas prostituídas?
Sinimbu - Em sua totalidade, são de famílias muito pobres.
Agência Folha - O comerciante que fotografou as meninas trabalhava em conjunto com os motéis, boates e taxistas?
Sinimbu - Há indícios de que sim, mas eles negam.
Agência Folha - Por que crime eles responderão e que pena podem receber?
Sinimbu - Há crimes de estupro de menores e favorecimento à prostituição. A pena varia de quatro a dez anos de reclusão.

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