São Paulo, terça-feira, 22 de abril de 1997
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Morre o índio incendiado em Brasília

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O índio pataxó Galdino Jesus dos Santos, 44, morreu às 2h da madrugada de ontem no Hospital Regional da Asa Norte, em Brasília, onde havia sido internado às 5h40 de domingo. Santos, que foi queimado por cinco jovens quando dormia numa parada de ônibus, morreu por insuficiência renal e parada cardiorrespiratória irreversível, segundo o laudo.
Ameaçados por outros presos, quatro dos cinco jovens foram transferidos ontem para o Núcleo de Custódia de Brasília, onde 750 detentos aguardam julgamento. O quinto, o menor G.N.A.J., 16, continuava na ala de internação provisória de um centro de reclusão de adolescentes infratores.
Essa foi a segunda transferência dos quatro em pouco mais de 15 horas. Anteontem, eles foram retirados da 1ª DP porque o delegado temia agressões.
O corpo de Galdino será levado hoje para Ilhéus (BA) e transportado até a área indígena dos pataxós hã-hã-hãe, no município de Pau Brasil, sul do Estado.
Cerca de 800 sem-terra se juntaram ontem a um grupo de 30 índios numa caminhada de protesto no centro de Brasília contra o crime. Com flores nas mãos, os manifestantes foram saudados com buzinadas. O governador do Distrito Federal, Cristovam Buarque (PT), decretou luto oficial por três dias. "Eu acho que nós estamos passando de todos os limites com essa forma de violência", declarou, no Canadá, o presidente Fernando Henrique.

LEIA MAIS sobre a morte do índio nas págs. 2 a 4

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