São Paulo, terça-feira, 22 de abril de 1997
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Deslizamento mata 2 e fere 1 em SP

FABIO SCHIVARTCHE
DA REPORTAGEM LOCAL

Duas pessoas morreram e uma ficou ferida em um desbarrancamento de terra na tarde de ontem na Vila Nova Cachoeirinha (zona norte da cidade de São Paulo).
Josival Batista de Castro, 27, Paulo Nogueira dos Santos, 25, e Lindolfo Nogueira dos Santos, 58, trabalhavam como pedreiros havia cerca de dois meses na construção de um sobrado nos fundos do terreno no número 51 da rua Ubiraci.
O desbarrancamento, que aconteceu por volta das 14h, foi na lateral do terreno, em um paredão de terra de dez metros de altura. No momento do acidente, os três estavam embaixo do paredão.
Paulo e seu tio Lindolfo Nogueira dos Santos morreram na hora. Castro, que ficou soterrado até a cintura por mais de meia hora, sofreu apenas ferimentos leves, foi socorrido no Pronto-Socorro (PS) do Hospital de Vila Nova Cachoeirinha e não corre risco de vida.
"Só deu tempo de ouvir os gritos de sai, sai. Achei que tinha morrido. Quando me dei conta do que tinha acontecido, estava todo coberto e com a boca cheia de terra", disse Castro.
Os vizinhos chamaram os bombeiros que, em cinco minutos, chegaram ao local. "Inclinei o corpo e tirei um pouco da terra com as mãos, mas continuava preso. Foi Deus que me ajudou e trouxe os bombeiros", afirmou Castro, que disse no final da tarde, ainda no PS, sentir dores nos braços e pernas.
Risco
Segundo ele, o proprietário do terreno em construção e engenheiro responsável pela obra, Jesus Gonzalez Valcarce, teria avisado do risco de desbarrancamentos naquele local.
"Mas era o jeito. Eu precisava trabalhar e tinha de enfrentar o medo", disse Castro, que ganha R$ 400 por mês e prefere não culpar ninguém pelo acidente.
O nome do engenheiro Jesus Gonzalez Valcarce também estava identificado na placa em frente ao terreno (de aproximadamente 1.000 m2), mas ele não foi localizado pela reportagem até o fechamento desta edição.
Diversas pessoas que se diziam parentes e amigos dos donos do imóvel em construção foram ao local durante a tarde de ontem. No entanto, ninguém se identificou à reportagem.
Uma das pessoas, que se dizia parente de Valcarce, afirmou que "a família não iria se manifestar sobre o assunto até que o caso ficasse esclarecido pela polícia".

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