São Paulo, terça-feira, 22 de abril de 1997
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Filme dirigido por Reeve recebe elogios

Estréia do ator é exibida nos EUA

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

Christopher Reeve, o ator de "Superman" que está há dois paralisado devido a uma fratura da coluna vertebral provocada por acidente equestre, estreou no domingo como diretor com o filme "In the Gloaming" (No Crepúsculo) produzido e exibido nos EUA pela rede de TV a cabo HBO.
É um trabalho curto e extremamente lacônico. Conta a história de Danny (Robert Sean Leonard, de "Sociedade dos Poetas Mortos"), que volta para a casa dos abastados pais (David Strathairn e Glenn Close) para morrer de Aids.
Reeve, 44, revela extraordinário talento para um estreante. "In the Gloaming" não chega a ser uma pequena obra-prima como quase todos os críticos nos EUA o classificaram. Mas é um filme delicado, elegante, que consegue tratar de um assunto já batido e propenso para melodramas de forma sensível, sem nunca chegar a ser piegas.
Muito se deve à quase veneração com que Reeve tem sido tratado por seus colegas desde o trágico acidente que sofreu. Ele tem feito por merecer a admiração do país pelo seu comportamento público positivo, otimista e engajado (Reeve lidera campanhas nacionais para aumentar a proteção social a pessoas pobres que ficam paraplégicas e a favor de mais investimentos em pesquisa científica).
Os atores de "In The Gloaming" (Bridget Fonda e Whoopi Goldberg completam o elenco) fazem um trabalho de amor. Todos estão perfeitos. Em especial Close, sutil, e Leonard, com magnífica expressão corporal.
É em torno dos dois que gira a história (baseada em conto de Alice Elliot Dark). A mãe era o único ponto de contato de Danny com sua família, bem intencionada, mas incapaz de expressar sentimentos. Nos últimos três meses de sua vida, Danny reconstrói a relação com a mãe e, de um certo modo, a faz renascer do marasmo de uma vida insatisfatória.
Apesar de alguns problemas de ritmo, "In the Gloaming" é o prenúncio de um grande cineasta.

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