São Paulo, terça-feira, 22 de abril de 1997
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'Boom' musical impulsiona revistas especializadas

CARLOS CALADO
ESPECIAL PARA A FOLHA, EM HAVANA

O setor editorial também começa a acompanhar o novo impulso do mercado musical de Cuba. Várias revistas especializadas prometem sair das gráficas neste ano.
Até o mês passado, reinava absoluta "Tropicana Internacional", revista trimestral publicada pela Associação Cubana de Compositores e Autores Musicais, que já lançou três números.
Na linha de outras revistas especializadas, traz entrevistas e reportagens com músicos de várias correntes da música cubana, além de artigos críticos e técnicos.
"A revista já é conhecida na Europa e no Japão, mas nosso objetivo maior é chegar aos Estados Unidos. Ali, vivem 2 milhões de cubanos que continuam ligados a suas raízes", diz o chefe de redação Alberto Salazar.
Com tiragem atual de 10 mil exemplares, "Tropicana Internacional" já terá sua edição de maio disponível na Internet, no endereço: www.cubaweb.cu/publicac/tropican.html.
Até o final deste mês, sai também o primeiro número de "Salsa Cubana", revista trimestral voltada para a música dançante, com tiragem inicial de 5 mil exemplares.
Mais interessado nos consumidores cubano do que nos turistas, o diretor Amado Córdoba afirma que a sua revista "será a primeira a se dirigir ao público nacional".
Outra revista que acaba de sair do forno é "Ritmo Cubano", lançada pela gravadora estatal Egrem. De caráter essencialmente promocional, ela não é vendida -somente distribuída em pontos-de-venda de discos.
"Mais do que um 'boom' de revistas, hoje existe um 'boom' de desejos de se criar novas publicações", ironiza o crítico Pedro de la Hoz. "O problema é que elas esbarram na dificuldade de se conseguir financiamentos."
Em maior ou menor medida, essa falta de financiamentos impediu, até o momento, que o Instituto do Livro Cubano e a União dos Escritores e Artistas também concretizem seus projetos de revistas especializadas em música.
Mas o mercado cubano suportaria quatro ou cinco revistas? Alberto Salazar, da "Tropicana Internacional", acha que sim. "A música cubana é grande o suficiente para isso", aposta.
(CC)

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