São Paulo, terça-feira, 22 de abril de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Fugees; Tony Bennett; Ryuichi Sakamoto; Mark Owen; T.S.O.L.; Silvana Stiévano

PEDRO ALEXANDRE SANCHES; LUIZ ANTÔNIO RYFF

Fugees
Dizem que as razões são beneficentes, mas nem por isso "Refugee Camp - Bootleg Versions" (Sony), do grupo de rap Fugees, perde razoável teor de picaretagem. São oito remixes, em pouco mais de meia hora de música, com uma outra versão do hit "Killing Me Softly with His Song", duas novas roupagens de "Ready or Not", uma enésima versão para a intragável "No Woman No Cry". Sim, a banda é legalzinha, mas o "novo" CD é muito barulho por muito pouco.
(PAS)

Tony Bennett
Do alto de sua enorme experiência, o veterano cantor Tony Bennett teve a coragem: lançou "On Holiday" (Sony), disco ocupado só de regravações de clássicos antes cantados pela diva do jazz Billie Holiday. E nem adianta discutir os tributos de mr. Bennett; acontece que Billie já gravara antes "All of Me", "These Foolish Things", "Crazy She Calls Me", "Solitude" e as outras 15 faixas do CD. E, diante dela, mesmo Tony Bennett se esconde na mais insignificante das moitas.
(PAS)

Ryuichi Sakamoto
Já mais que ocidentalizado, Ryuichi Sakamoto ainda traz sons que podem causar estranheza a ouvidos ocidentais em "Smoochy" (BMG). Tais mantras podem despistar a compreensão de sua música, tornando difícil avaliar o que nele é peculiaridade oriental e o que é pura pompa -nessa, Sakamoto vai escapando de ser rotulado de excessivo. Mas "Smoochy", todo tocado por "cabecismos" tipo "bossa supernova" à David Byrne, Arto Lindsay e cia., é muito chato.
(PAS)

Mark Owen
O ex-líder dos queridinhos das paradas pop inglesas Take That lança-se em carreira solo com "Green Man" (BMG). O moço é meio devagar, mas se cerca de um exército respeitável: os produtores Craig Leon (Blondie, Ramones) e John Leon (Radiohead, Kula Shaker), o baterista Clem Burke (Blondie) e o guitarrista Dave Gregory (XTC). Enquanto esse povo cuida da música, Mark parece mais preocupado com o próprio visual. Tudo bem, que ele é bonitinho mesmo, mas... (PAS)

T.S.O.L.
Gravado em 1988, o disco "T.S.O.L. Live" (Paradoxx) chega agora por essas plagas comprovando porque o grupo norte-americano fez jus à obscuridade. Para quem acredita que cantar é gritar e aprecia rock pesado sem nenhum virtuosismo, o CD é um prato cheio. No disco, a banda interpreta suas músicas mais conhecidas (?), como "The Name Is Love", e executa (em duas acepções do termo) "Road House Blues", dos Doors, e "All Along The Watchtower", de Dylan.
(LAR)

Silvana Stiévano
"Por Puro Amor" (Dabliú) apresenta Silvana Stiévano, que, possível novo talento da MPB, já procura se enturmar, puxando o saco de Caetano Veloso em "Plugs" ("Quando você citou o Cae/ O que é que você quis me dizer, hein?"). É parceria dela com Costa Netto, o dono da gravadora, hegemônico no CD. As letras abusam de clichês ("Meu corpo cheira a jazz-mim/ Procuro alguém que me reggae"), e só regravações de Paulinho da Viola vêm limpar a barra.
(PAS)

Texto Anterior: 'Essential Trip 2' amplia campo da dance em SP
Próximo Texto: Os CDs mais vendidos da semana
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.