São Paulo, quarta-feira, 23 de abril de 1997
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PMDB fecha acordo que favorece servidor

LUCIO VAZ
LUIZA DAMÉ

LUCIO VAZ; LUIZA DAMÉ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Planalto é contrário à aprovação da paridade entre os vencimentos dos ativos e inativos

A bancada do PMDB na Câmara acertou ontem com o relator da reforma administrativa, deputado Moreira Franco (PMDB-RJ), a inclusão de uma emenda que garante a paridade entre vencimentos de aposentados e servidores da ativa.
O fim dessa paridade é um dos pontos considerados fundamentais pelo Palácio do Planalto.
O líder do PMDB, Geddel Vieira Lima (BA), afirmou que a bancada está "fechada" com a emenda que garante a paridade.
Para aprovar as emendas aglutinativas, o PMDB terá de buscar a maioria de 308 votos entre as bancadas de esquerda (cerca de 100 votos) e dissidentes governistas (PFL, PSDB, PTB e PPB).
O governo vem usando a reforma ministerial para pressionar o PMDB a aprovar a reforma administrativa. O presidente Fernando Henrique Cardoso já anunciou que espera a aprovação da reforma para, depois, entregar dois ou três ministérios ao partido.
Em reunião com Moreira, ontem, a bancada do PMDB apresentou mais três emendas aglutinativas (formadas a partir de outras emendas) que alteram a reforma pretendida pelo governo.
O relator rejeitou regra para fixar salários dos servidores do Congresso por decreto legislativo. O PMDB queria que apenas os salários dos deputados e senadores fossem fixados por lei.
Como o decreto legislativo (aprovado pela Câmara e Senado) não vai à sanção presidencial, o Legislativo teria autonomia para determinar os vencimentos dos seus servidores. "Tem que ser todos por lei", reagiu o relator.
Moreira disse que essa paridade já estaria garantida pelo seu projeto. Os aposentados perderiam apenas as gratificações por produtividade, exercício de cargo de chefia e atividades específicas.
"Vamos apenas adequar o texto, para que isso fique claro. O importante é que o salário-base represente a maior parte do vencimento. Isso evita perdas na aposentadoria", disse o relator.
Moreira aceitou outras duas emendas do PMDB. A primeira preserva institutos de pesquisa como a Embrapa. Ele previa o fim ou transformação dos que não são auto-suficientes financeiramente.
A segunda altera o dispositivo que exclui os proprietários de cartórios da exigência de aposentadoria compulsória aos 75 anos.
O texto do relator diz que não se aplica tal medida aos que exerçam funções públicas não custeadas pelos cofres públicos e sem vínculo permanente com a administração direta ou indireta.

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