São Paulo, quarta-feira, 23 de abril de 1997
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BNDES diz que Bradesco não pode disputar a Vale

Banco poderá apenas financiar interessados na estatal

CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

O diretor da área de desestatização do BNDES, José Pio Borges, disse ontem que o Bradesco está legalmente proibido de participar do leilão de privatização da Vale, salvo na condição de financiador.
A declaração de Borges se contrapõe a outra feita há duas semanas pelo presidente do BNDES, Luiz Carlos Mendonça de Barros.
Na época, Barros disse que o Bradesco poderia entrar no leilão como financiador ou por intermédio de um dos fundos de investimentos que administra.
A proibição ao Bradesco é por ele ter participado do processo de avaliação e de modelagem de venda da Vale, integrando um dos consórcios que fizeram o trabalho.
O Bradesco é um dos acionistas da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), com cerca de 10% do seu capital. A CSN lidera um dos dois consórcios que devem disputar a compra da Vale. A participação do banco no leilão chegou a ser considerada decisiva para viabilizar o consórcio da CSN.
Ontem, a CSN informou que o fato de o Bradesco não poder entrar diretamente no leilão não impedirá que o consórcio liderado por ela se viabilize.
A assessoria de imprensa do Bradesco em São Paulo informou ontem que o banco não iria se pronunciar sobre o assunto.
Ontem, a CSN estava buscando dar os últimos retoques no grupo que vai disputar o controle da Vale, batizado de Consórcio Brasil.
Integram o consórcio os fundos de pensão Previ (Banco do Brasil), Petros (Petrobrás), Funcef (CEF) e Funcesp (Cesp), o fundo de investimentos do Banco Opportunity e o fundo de investimentos do Nations Bank (EUA).
A participação da Gencor, segunda maior mineradora sul-africana, ainda não formalizada, era dada ontem como certa.
Outro fundo de investimentos, formado pelo BBI (Banco do Brasil de Investimentos) era também considerado como provável participante do consórcio.

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