São Paulo, quarta-feira, 23 de abril de 1997
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Omega pode sair de linha no fim do ano

Venda cai 43% no 1º trimestre

ARTHUR PEREIRA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A General Motors pode antecipar em um ano o fim da produção do modelo Omega, único carro de luxo fabricado no país.
A partir do ano que vem, a segunda geração do Omega, que já é fabricada desde 95 na Europa, passaria a ser importada. A montadora não confirma a informação.
No segundo semestre do ano passado, após a saída de linha da Suprema (perua derivada do Omega), Mark Hogan, presidente da GM, afirmou a revendedores da marca que o Omega permaneceria no mercado até o final de 98. Mas concessionários ouvidos pela Folha duvidam que o modelo aguente até lá.
"Existem pessoas irresponsáveis dizendo que o Omega está no fim. Não é verdade", diz Francisco Lelis, gerente de imprensa da GM.
As vendas do Omega despencaram no primeiro trimestre deste ano. A fábrica comercializou no período apenas 1.697 unidades, 43,5% a menos do que foi vendido entre janeiro e março do ano passado (3.007 unidades).
Para não elevar os estoques, a produção está sendo reduzida gradualmente. Hoje não supera 700 unidades/mês.
Caro e ultrapassado
Revendedores afirmam que o Omega está ultrapassado em relação aos concorrentes importados da mesma categoria e o preço é muito alto (entre R$ 34 mil e R$ 42 mil, dependendo da versão).
É considerado o modelo de venda mais difícil da marca, apesar dos grandes descontos oferecidos.
O carro foi lançado no Brasil há quase cinco anos -agosto de 92- e tem de competir com modelos recém-lançados, como o Stratus, da Chrysler, que tem preço equivalente.
Para voltar a ter um modelo competitivo no segmento dos carros de luxo, a GM teria duas alternativas: produzir no país o novo Omega ou importar o modelo.
Stevan Koch, diretor de vendas e marketing da montadora, diz que não há planos para montar o novo Omega no Brasil. Mas confirma a existência de estudos sobre a viabilidade de importar o carro da Europa. "Ainda não há nada acertado", diz.
É parte da estratégia da GM comunicar o fim de carreira de um modelo só depois que deixa de ser produzido. Foi o que aconteceu com a Suprema e o Monza, que saíram de linha no ano passado.
No início dos anos 90, quando a GM decidiu produzir o Omega no Brasil, o mercado brasileiro de automóveis estava fechado para o produto importado.
Em 93, a concorrência ainda era pequena e o Omega teve o seu melhor momento: 25.413 unidades vendidas, média de 2.117 carros por mês. Situação bem diferente da do primeiro trimestre deste ano -média mensal de 565 unidades.
No ano passado, a GM vendeu 10 mil modelos Omega. O carro manteve 50% do segmento dos automóveis de luxo. A BMW ficou com 16%, e a Audi, com 10%.

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