São Paulo, quarta-feira, 23 de abril de 1997
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Um fora-de-série

THALES DE MENEZES

Pete Sampras acaba de igualar a marca de John McEnroe. Com o ranking mundial divulgado na segunda-feira, Sampras atinge sua 170ª semana como número um do planeta.
Esse é um total de semanas não-consecutivas, e a marca ainda está longe dos recordistas Ivan Lendl, com 270 semanas, e Jimmy Connors, com 268.
O desempenho de Sampras reforça uma idéia que ainda precisa ser assimilada por boa parte da imprensa tenística. Está na hora de começar a tratar Sampras como ele merece ser tratado: um fora-de-série.
O tenista norte-americano, que já tem nove títulos de torneios do Grand Slam, deu o azar de surgir numa época em que o tênis está sendo duramente criticado.
Todos culpam o saque-canhão pela monotonia que impera nos jogos. Todos acham que a atual geração de tenistas não tem o mesmo carisma dos ídolos dos anos 70 e 80. E colocam Sampras no bojo dessa leva de raqueteiros sem brilho.
No entanto, Pete Sampras não tem culpa nenhuma nessa história. Pelo contrário, é o responsável por breves momentos em que o tênis reencontra a beleza plástica de seu jogo e a admiração do público.
Seus duelos com o alemão Boris Becker -foram três nos últimos meses- chegam a lembrar confrontos como McEnroe x Lendl ou Borg x Connors.
Sampras tem a frieza de Borg, a eficiência de Lendl e a visão de quadra de Stefan Edberg. Falta nele a explosão de Connors ou McEnroe, mas aí é questão de personalidade.
Sampras planeja jogar mais quatro anos no circuito profissional. São mais 16 títulos de Grand Slam em jogo e mais de 200 semanas de ranking. Olhando o que ele anda jogando e o nível de seus rivais mais próximos, dá para prever uma pulverização de recordes.
Talvez os especialistas do próximo milênio possam colocar Pete Sampras no lugar devido.

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