São Paulo, quarta-feira, 23 de abril de 1997
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EUA impõem mais sanções a Myamna

Americanos não poderão investir no país

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O governo dos EUA anunciou ontem novas sanções econômicas contra Myanma (ex-Birmânia) pelo "padrão contínuo de repressão" adotado pelo governo daquele país, segundo declaração oficial do presidente Bill Clinton.
Os cidadãos e empresas norte-americanas estão impedidos, a partir da entrada em vigor do decreto assinado por Clinton, de fazer investimentos em Myanma. Várias empresas dos EUA têm interesses nos setores de petróleo e gás natural. Calcula-se que essas companhias tenham cerca de US$ 240 milhões investidos no país.
Os detalhes do decreto ainda não foram decididos pelo governo norte-americano. O presidente da empresa dos EUA com maior presença em Myanma, Roger Beach, da Unocal, disse que a decisão de Clinton será "contraprodutiva". Beach se disse "terrivelmente desapontado porque investir na infra-estrutura de Myanma significa ajudar o país a se desenvolver".
A secretária do Estado, Madeleine Albright, afirmou não haver "qualquer incoerência" entre as punições a Myanma e a ausência de sanções contra a China, onde também se verificam constantes desrespeitos aos direitos humanos como os denunciados por Clinton na ex-Birmânia: "Nós temos abordagens flexíveis para lidar com os outros países de acordo com os nossos interesses nacionais", disse Albright.
"Eu acho que a maneira mais fácil de descrever nossa política é que temos que dar tratamentos diferentes para situações diferentes". No caso de Myanma, os EUA têm sido consistentes em censurar e punir o governo atual desde que ele assumiu o poder em 1988, quando toda a ajuda financeira americana ao país foi cortada. Os EUA também têm negado vistos de entrada no país aos líderes de Myanma nos últimos nove anos.
Albright diz que vai tentar convencer os aliados dos EUA na Ásia e na Europa a também adotarem sanções contra Myanma com o objetivo de isolar o país.

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