São Paulo, quarta-feira, 23 de abril de 1997
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Disputa será acirrada, dizem pesquisas

MARTA AVANCINI
DE PARIS

A disputa entre governo e oposição pelas vagas na Assembléia Nacional francesa pode ser mais acirrada que o esperado.
A diferença de intenção de voto para os partidos de esquerda (oposição) e direita (governo) é de no máximo três pontos percentuais, segundo pesquisas realizadas por cinco institutos e divulgadas ontem pelo jornal "Le Monde".
A França vai eleger em 25 de maio e 1º de junho os 577 deputados que vão compor a Assembléia Nacional, órgão que equivale à Câmara dos Deputados no Brasil.
As eleições deveriam acontecer em março de 98, mas foram antecipadas por decisão do presidente da República, Jacques Chirac.
O objetivo do presidente é reforçar o apoio parlamentar que tem para implementar medidas de ajuste da economia e do Estado. Em última instância, a intenção é adequar a França às exigências da unificação monetária européia, prevista para começar em 99.
Números
Segundo as pesquisas, a esquerda (PS, PC e extrema esquerda) teria entre 37% e 40% das intenções de voto. A direita (RPR, UDF e outros partidos) teria entre 38% e 40% dos votos dos franceses.
As pesquisas foram realizadas antes do anúncio da antecipação das eleições (anteontem).
"A direita está na frente, e as pesquisas foram feitas em nível nacional, o que é um critério diferente das eleições, mas a disputa deve ser dura", disse à Folha Stephane Monclaire, cientista político da Sorbonne. Na França, cada deputado representa um distrito, cada um com 100 mil habitantes.
As pesquisas também revelam que os indecisos variam de 31% a 44% dos eleitores. "A definição ocorre na campanha, que será muito curta", disse Monclaire.
Programa da direita
O primeiro ministro Alain Juppé apresentou ontem o programa da campanha eleitoral da coligação RPR-UDF, que apóia o governo.
Juppé defendeu a reforma do Estado visando a redução da participação do governo na economia e a criação de uma política específica para as pequenas empresas.
No plano social, ele defendeu o aprofundamento das reformas na saúde e Previdência Social.
Segundo ele, o programa, que é uma continuidade das políticas atuais, vai permitir superar a "herança arcaica" dos socialistas.
Por causa das eleições antecipadas, o governo decidiu adiar para maio a privatização da France Télécom, estatal que detém o monopólio do serviço de telefonia na França.

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