São Paulo, sexta-feira, 25 de abril de 1997
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TV Senado mostra acareados de costas

CPI veta imagens dos depoentes de frente

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Pressionada pela ofensiva dos advogados dos envolvidos no esquema dos títulos públicos, a CPI dos Precatórios recuou e impôs, na madrugada de ontem, censura à TV Senado para evitar possíveis problemas com o Supremo Tribunal Federal.
Por ordem do presidente da CPI, Bernardo Cabral (PFL-AM), as câmeras da TV Senado tiveram que focalizar os depoentes, durante a acareação, pelas costas. Os fotógrafos foram impedidos de fazer fotos de frente dos depoentes.
Cabral disse à direção da emissora que o STF havia determinado que a imagem dos acareados só poderia ser veiculada com autorização deles. A cinco minutos do final, às 2h30, Cabral permitiu imagem dos acareados de frente.
A TV Senado colocou no ar crédito em que atribuía ao STF a responsabilidade pelo impedimento da veiculação da imagem dos acareados.
Fez parte da estratégia da defesa a intimidação de senadores. Às 19h30 de anteontem, o assessor de imprensa de Enrico Picciotto, Victor Agostinho, procurou a reportagem da Folha dizendo que Fausto Solano faria uma denúncia contra Esperidião Amin (PPB-SC).
Segundo Agostinho, Solano diria que uma parte do dinheiro do esquema foi usada para financiar a campanha de Ângela Amin (mulher do senador) à Prefeitura de Florianópolis.
Às 22h45, Agostinho disse que a fonte da informação era Arnaldo Malheiros Filho, advogado de Solano. A ameaça acabou não se concretizando.
Às 11h30, logo após o final do depoimento de Solano, Malheiros Filho negou tudo. Confrontado com o advogado, o assessor de imprensa recuou.
"Eu disse que essa era uma estratégia que poderia ser usada. Não disse que me reuni com ele (Malheiros)."

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