São Paulo, sexta-feira, 25 de abril de 1997 |
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Defesa sustenta que índio estava coberto
BETINA BERNARDES
Corrêa é defensor dos irmãos G.N.A.J., 16, e Tomás Oliveira de Almeida, 18, e do primo deles, Eron Chaves de Oliveira, 19. Para o advogado, é indiferente a esfera judicial em que o crime vai ser julgado -Justiça Federal ou Justiça do DF. * Folha - O aparecimento do frentista muda em alguma coisa a estratégia da defesa? Rommel Corrêa - Não. É homicídio culposo. Eles não tiveram intenção de matar, apenas quiseram fazer uma brincadeira. Folha - Havia de fato um cobertor? A perícia diz que não havia. Corrêa - Havia. A perícia chegou depois, o local não foi preservado. Folha - O fato de terem comprado álcool não mostraria que estavam planejando algo mais grave? Corrêa - Não. Não é premeditação. O álcool, no caso, como está dizendo o frentista, que reconheceu um deles, é um meio que eles buscaram para fazer a brincadeira. Folha - Eles compraram uma quantidade grande de álcool. Eles não sabiam que uma pessoa poderia ser incendiada com aquilo? Corrêa - Aí é que está. O culposo está aí: a imprudência, a imperícia, a negligência. Essa é a trilogia do homicídio culposo. Folha - Como estão os acusados? Corrêa - Profundamente abalados, por dois motivos: primeiro, pelo resultado da brincadeira; segundo, pela prisão, porque nenhum deles já se envolveu em alguma contravenção penal. Folha - Eles já haviam feito antes esse tipo de brincadeira? Corrêa - Foi a primeira vez. Folha - Por que eles não falaram que haviam comprado álcool? Corrêa - Eu não discuti essa questão com eles. Folha - Existe a possibilidade de o caso ir para a Justiça Federal. Isso muda alguma coisa? Corrêa - Não. Folha - Como estão as famílias? Corrêa - Elas estão profundamente traumatizadas. Folha - O sr. é assistente de acusação no caso do filho do ex-ministro Odacir Klein. Fabrício teria atropelado por estar brincando? Corrêa - Não. O caso Klein tem uma conotação e uma dinâmica diferentes. O Fabrício passou cerca de sete horas e meia no churrasco ingerindo bebida alcoólica. Depois atropelou a vítima no acostamento, viu a consequência e fugiu. É completamente diferente. Folha - No caso do índio, os meninos não viram que ele estava pegando fogo? Corrêa - Eles não viram a proporção do incêndio. Texto Anterior: Jovem é morta após ser violentada em Rio Claro Próximo Texto: Juiz volta a pedir isenção Índice |
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