São Paulo, sexta-feira, 25 de abril de 1997
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Dias históricos

JUCA KFOURI

Independentemente do que possa ter acontecido em São José dos Campos, eis que o Dia do Índio, dia 19 de abril, e o do Descobrimento do Brasil, dia 22, entraram para a história do Corinthians.
Os 6 a 2 diante de um perplexo Atlético-PR coroaram a fase alvinegra de maneira inesquecível e não há por que duvidar do futuro risonho que aguarda o elenco mais forte do futebol brasileiro.
O que poucos sabem é que esses dias gloriosos começaram no já distante 6 de março, em Americana, quando o Rio Branco derrotou o Corinthians por 1 a 0.
Então, o técnico Nelsinho Batista reuniu o grupo e passou-lhe simplesmente uma dramática descompostura.
Chegou a dizer, em alto e bom som, que não deveria passar pela cabeça de ninguém que ele pediria demissão, envergonhado com o resultado e com o mau futebol. "Não", ele disse, "vou ficar aqui para ajudar vocês a recuperar a vergonha na cara". E repetiu. "Eu vou ajudar vocês, porque é disso que vocês precisam: de ajuda."
É possível até que o Corinthians não seja campeão nem da Copa do Brasil nem do Paulistão, porque há fortes adversários pela frente e, por melhor que seja o momento alvinegro, o time ainda está em formação, sujeito, portanto, a altos e baixos.
Mas que esse time já caiu no gosto da fiel e virou mania nacional parece fora de dúvida.
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Souza, principalmente, e Mirandinha são os dois maiores fenômenos da ressurreição corintiana.
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Zagallo tem razão quando reclama das más condições que a seleção enfrenta quando disputa torneios na América do Sul.
Por mais politicamente incorreto que seja constatar em tempos de Mercosul, o que aconteceu com o Grêmio em Assunção é mais uma prova de como sofrem os únicos que falam português no continente.
A arbitragem argentina foi calamitosamente favorável ao Guarani paraguaio, validando dois gols em completo impedimento, o segundo, aliás, com o requinte de haver nada menos que três impedidos.
Nada que o campeão brasileiro não possa reverter em casa, principalmente se jogar futebol. E tomara que polícia gaúcha não desconte o que os hermanos paraguaios fizeram com o técnico Evaristo de Macedo, empurrando-o para o vestiário. Una verguenza!

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