São Paulo, sexta-feira, 25 de abril de 1997
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Oficial morto deixou uma carta a colegas

IGOR GIELOW
DO ENVIADO ESPECIAL

O tenente-coronel Juan Valer Sandoval, 38, uma das duas vítimas militares da ação de terça-feira, deixou uma carta para seu companheiros pedindo compreensão se ele morresse.
"Se vocês lerem esta carta, isso significa que morri em ação na casa do embaixador japonês (...) Não fiquem triste", dizia o texto. "A única coisa que quero que digam é que Valer era um bom homem", diz o texto. Ele tinha dois filhos e fazia parte da guarda pessoal do filho do presidente Fujimori, Kenji.
Sandoval foi morto com três tiros ao proteger a saída do chanceler peruano, Francisco Tudela, do prédio ocupado. Baleado na perna, o ministro Tudela foi operado e está bem. Sandoval era um dos comandantes da ação.
Ele e o outro militar morto, tenente Raúl Jiménez Chávez, 27, foram promovidos postumamente ontem. "Eles são heróis da pátria", disse o presidente no funeral.
Kenji, 16, chorou durante o funeral. "Seu amigo Kenji e todos os seus amigos no comando Pachacutez vão sempre lembrar você como nosso amigo", disse o menino, antes de beijar o caixão.
O tom emotivo da cerimônia refletia o clima de Lima ontem.
Todos os jornais ressaltaram a operação como um grande sucesso, e alguns usaram tintas patrióticas e ufanistas. "Viva o Peru" era a vinheta que acompanhava as reportagens no "Expreso".
Na região próxima à residência do embaixador do Japão, palco da ação de terça-feira à tarde, alguns moradores colocaram flores nas ruas. A área permanece isolada. A Polícia Nacional mantém proibida a entrada no prédio.
(IG)

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