São Paulo, sexta-feira, 25 de abril de 1997 |
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Fujimori agora investirá em 3º mandato
IGOR GIELOW
Por outro lado, a ação pode tornar o presidente dependente dos militares -o que assusta opositores que já viram o mesmo Fujimori fechar o Congresso em 1992. A avaliação foi ouvida ontem pela Folha de congressistas e analistas políticos peruanos. Segundo pesquisa do Instituto Apoyo, 67% dos 421 ouvidos apóiam Fujimori. No sábado passado, esse índice era de apenas 38%. A rejeição no mesmo período caiu de 47% para 22%. A ação militar em Lima foi aprovada por 84% dos consultados, sendo desaprovada por 10%. Outros 6% não fizeram avaliação. A aprovação vem reforçar a união entre os militares e Fujimori. Ontem, o presidente cumpriu extensa agenda junto a líderes do Exército -sendo o principal orador no funeral dos dois oficiais mortos na operação. Ao mesmo tempo, era velado o único refém morto, o juiz Carlos Giusti Acuña, um crítico do estilo autoritário de Fujimori. "Isso nos leva a uma preocupação básica, que é a dependência excessiva dos militares", afirmou o analista Enrique Costa, do Centro de Estudos Peruanos. 'Ninguém segura' Um congressista do Cambio-90, partido de Fujimori, disse por sua vez que agora "ninguém segura o japonês" -referência à origem nipônica do presidente e à sua vontade de postular a um terceiro mandato em 2000. Fujimori foi eleito em 1990. Em 1992, deu um autogolpe, fechou o Legislativo, reformulou o Judiciário e redigiu nova Constituição -que foi publicada em 1993. O presidente reelegeu-se em 1995. Segundo a Carta que ajudou a elaborar, assim encerrou-se a sua cota de mandatos consecutivos. Mas aliados de Fujimori alegam que seu mandato de 1995 é o primeiro sob a nova Constituição. Logo, dizem, poderia postular novamente em 2000. Em janeiro, sentenças contraditórias, uma pró-Fujimori e outra contra, foram emitidas pelo Tribunal de Garantias Constitucionais. Apenas serviram para aumentar a confusão, embora a avaliação jurídica à época foi de que Fujimori havia obtido vitória. A situação depende agora de o presidente se pronunciar formalmente sobre o caso. Não gostaria de fazê-lo agora, pela distância do pleito, mas pode não ter um respaldo popular tão alto depois. Texto Anterior: Oficial morto deixou uma carta a colegas Próximo Texto: Chanceler japonês se reúne com Fujimori Índice |
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