São Paulo, domingo, 27 de abril de 1997
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Apagando incêndios; Fim do expediente; Enganando a idade; Risco cambial; Última fronteira; Efeito colateral; Nome aos bois; Marketing massivo; Juro pesado; Fazendo as contas; Força-tarefa; Preparando as armas; Nos bastidores; Venda alavancada; Nas últimas; Os sobreviventes; Alquimia produtiva; É a mãe

Apagando incêndios
De fevereiro até o dia 22 deste mês, saíram do país US$ 3,2 bilhões pelo dólar flutuante (turismo). Ou seja, o governo reduziu o IOF, segundo um analista, seguindo o manual do bom bombeiro.

Fim do expediente
A nova taxação de IOF vai encurtar o perfil da dívida externa brasileira e reduzir o uso de um macete pelos credores: a chamada cláusula de "put", que permite o resgate antecipado.

Enganando a idade
No segundo semestre de 96, a cláusula de "put" constava de um terço dos contratos de financiamento externo. Assim, diz a LCA Consultores, o prazo médio dos títulos era de 3,9 anos -não dos 5,1 formalmente registrados.

Risco cambial
As dívidas em dólar do setor privado brasileiro somam US$ 175 bilhões e as NTNs cambiais (principal proteção contra o risco cambial), US$ 35 bilhões.

Última fronteira
De um analista descartando mudanças no câmbio: "Mexer no câmbio é jogar a toalha. É também esquecer o essencial. A economia brasileira está sendo financiada pelo capital externo".

Efeito colateral
Para Mario Bernardini, do Ciesp, o maior aliado da indústria é o déficit comercial. "A prioridade do governo não é incentivar a produção. Ele só tenta fazer isso para fechar as contas da balança."

Nome aos bois
O déficit comercial é explicado pela importação "maciça" de componentes para bens duráveis, diz Boris Tabacof, da Fiesp.

Marketing massivo
No Boa Mesa 97, evento que acaba hoje no World Trade Center (SP), o grupo Selmi distribui quatro toneladas de massa importada Renata Superiore, de trigo duro, para os visitantes.

Juro pesado
A alta do juro -como aconteceu na semana passada- causa maior estrago nas contas do governo do que a redução de prazos no crediário, diz o consultor Raul Velloso.

Fazendo as contas
Cada elevação de um ponto nos juros nominais aumenta o déficit fiscal em R$ 1,7 bilhão no ano. Cada ponto de queda no PIB representa perda de arrecadação de R$ 1,2 bilhão, calcula Velloso.

Força-tarefa
Na primeira quinzena de maio, o Cade e o Gempo (Grupo Executivo para a Modernização dos Portos) vão visitar o porto de Santos. Há denúncias de cartelização e imposição de cobrança de taxas.

Preparando as armas
"O Cade está declarando guerra ao 'custo Brasil"', diz Gesner Oliveira. No caso dos portos, o objetivo é garantir a livre concorrência.

Nos bastidores
Comenta-se na Fiesp que Moreira Ferreira quer dividir para governar. Está estimulando inúmeros empresários -inclusive os desinteressados- a lançar candidatura para sua sucessão.

Venda alavancada
Para Affonso Hennel, da Semp-Toshiba, o ritmo atual de crescimento da venda de eletroeletrônicos é, na verdade, o resultado de uma política deliberada da indústria, de antecipação de vendas, movida a preços e crédito.

Nas últimas
Lembrando que o setor está capitalizado, Hennel diz que está no fim o estoque acumulado em 96.

Os sobreviventes
Hoje, 90% dos componentes da indústria eletroeletrônica são importados. "É trágico", diz Nelson Peixoto Freire, da Abinee. "Dá para contar nos dedos quem continua a produzir aqui."

Alquimia produtiva
O setor de telefonia será um "laboratório" da política de estímulo à produção local de componentes, diz Freire. Segundo ele, o BNDES tem US$ 13 bilhões para estimular a fabricação nacional.

É a mãe
O ator Diogo Vilela contracena com a própria mãe no filme que a rede Eletro, do grupo Pão de Açúcar, começa a veicular hoje. No comercial para o Dia das Mães, Vilela interpreta vários personagens.

E-mail: painelsa@uol.com.br

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