São Paulo, segunda-feira, 28 de abril de 1997 |
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Governo interveio nos grupos
MARTA SALOMON
O resultado da operação deverá ser a privatização da Vale por R$ 300 milhões a mais do que o preço mínimo de R$ 3 bilhões fixado para a venda do lote de 45% das ações com direito a voto da estatal. Um ágio de 10% no negócio é a aposta feita no governo depois que os consórcios foram oficializados. "Será um ágio importante", limitou-se a prever o ministro do Planejamento, Antonio Kandir. A intervenção ocorreu depois da vinda a Brasília do empresário Antonio Ermírio de Moraes, da Votorantim. Na noite de segunda-feira, 14 de abril, Antonio Ermírio conversou com o presidente Fernando Henrique sobre a participação dos fundos de pensão no negócio. A ação do Planalto impediu que todos os fundos de estatais interessados na Vale se juntassem ao grupo liderado pela CSN. A concentração dos fundos em um único consórcio desequilibraria o jogo, segundo preocupação exposta por Antonio Ermírio a FHC e endossada pelo governo. A expressão usada no Planalto é que os fundos planejavam formar um "cartel" na privatização da Vale, o que poderia forçar a venda da empresa pelo preço mínimo. Menos de uma semana depois da visita de Antonio Ermírio, a Sistel, fundo de pensão dos empregados da Telebrás, deixava o bloco aliado a CSN para aderir ao consórcio liderado pelo grupo Votorantim. A Centrus, fundo de previdência do Banco Central, que chegara a anunciar sua adesão ao consórcio liderado pela CSN, também mudou de lado, na última quinta-feira. A Centrus e a Sistel detêm, respectivamente, 2% e 0,8% do capital com direito a voto da Vale. Outros quatro fundos de estatais participam do Consórcio Brasil: o do Banco do Brasil, da Petrobrás, da Caixa Econômica Federal, que juntos detêm 10% do capital votante da Vale, e o da Cesp. Entre 91 e 95, passaram aos fundos de pensão 15% de todas as ações de estatais privatizadas, segundo estudo do BNDES. Texto Anterior: FHC diz que crítica à venda da Vale é tosca Próximo Texto: Presidente defende Sivam Índice |
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