São Paulo, segunda-feira, 28 de abril de 1997
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Socióloga reformula identidade

FERNANDO ROSSETTI
DE NOVA YORK

O trabalho da socióloga norte-americana Ann Miche reformula o conceito de identidade coletiva usando os movimentos estudantis brasileiros como pano de fundo.
A idéia básica é introduzir a noção de identidade baseada em redes sociais. Assim, para entender como uma pessoa se pensa, se projeta e age na sociedade, é preciso entender as várias relações (a "rede social") que ela estabelece.
"A juventude é um período sensível na formação de identidades, em que as pessoas experimentam várias expressões públicas, procurando reconhecimento no meio de diversos círculos (ou redes): família, colegas, escola, trabalho, atividades de lazer e política", diz.
São essas "redes" que criam identidades diferentes entre os estudantes de 1960 e de 1990.
"A identidade forte de 'estudante' (nos anos 60) se tornou prisma para múltiplas dimensões dos projetos emergentes dos jovens da classe média universitária, dentro de uma dinâmica radicalizante de oposição política. Isso não se deve a uma lógica intrínseca ou a um 'destino histórico' dos estudantes, mas resultou da estrutura específica de suas redes sociais, concentradas principalmente na família e nas universidades."
Em 90, "os anos formativos dos jovens não são limitados à família e às universidades, mas acontecem em contextos sociais, culturais e políticos mais diversos, englobando um campo maior de possíveis (e às vezes contraditórios) projetos pessoais e coletivos."
(FR)

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