São Paulo, segunda-feira, 28 de abril de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FHC e Menem defendem moeda única

DA ENVIADA ESPECIAL AO RIO

Embalados pela perspectiva de se reelegerem, Fernando Henrique Cardoso e Carlos Menem fizeram ontem juras de aprofundar a integração do Mercosul e até manifestaram apoio à criação, no futuro, de uma moeda única para a região.
Os dois afirmaram que a estratégia de avançar com o Mercosul vai continuar, independentemente de quem serão os seus sucessores.
As declarações foram feitas depois da assinatura de acordos entre os países que têm o objetivo de colocar fim às divergências comerciais e obstáculos à integração.
"Quaisquer que sejam os sucessores, é de interesse de nossos povos seguir com o Mercosul. E tenho a esperança de que vamos fazer bons sucessores", afirmou FHC.
"Tenho a certeza de que o presidente Fernando Henrique vai continuar mais um pouco. E eu vou seguindo, a menos que fosse um suicida, com a política de aprofundar o Mercosul", afirmou Menem.
Atualmente, Menem exerce seu segundo mandato como presidente da Argentina e ainda não deixou claro se deverá ou não mudar novamente a Constituição de seu país para participar de uma terceira disputa. Estando bem nas pesquisas, a tendência é que ele tente o terceiro mandato.
FHC, por sua vez, pleiteia a reeleição em 1998. Já ganhou do Congresso Nacional esse direito e tem, há mais de um ano, o apoio público de Menem para a empreitada.
Moeda
A adoção de uma moeda única pelo Mercosul foi apresentada ontem por Roque Fernandez, ministro da Economia da Argentina, como exemplo do grau de integração e de estabilidade econômica pretendidos pelos países do Mercosul.
Minutos depois, a idéia foi repetida pelo presidente Menem e contou com o apoio de FHC. "Dentro de pouco tempo, teremos que falar em moeda comum, assim como ocorre na União Européia", afirmou o argentino.
Medida futura
O bloco econômico, entretanto, está longe de adotar uma única moeda. Ambos os presidentes concordam que essa medida deverá ficar para o futuro. A União Européia passa por dificuldades atualmente para conseguir implementar a mesma fórmula.
O Mercosul passou, neste ano, para uma fase de aprofundamento. Isso significa que os negociadores dos quatro países deixaram de priorizar os temas comerciais e passaram a tratar de outros igualmente delicados.
Estão na lista de prioridades a integração no setor de serviços, as regras comuns sobre investimentos, a política tributária e as compras governamentais. Mas ainda não se fala em harmonização das políticas monetárias.

Texto Anterior: Até quando?
Próximo Texto: Mercosul pode ficar fora das restrições
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.