São Paulo, segunda-feira, 28 de abril de 1997 |
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Gol de Marcelinho sugeriu festa que não houve
ALBERTO HELENA JR.
Ontem, pelo menos, foi assim: fez 1 a 0, no gol de falta, claro, de Marcelinho e, depois, alongou a espera do apito final, mesmo com o empate de Émerson. Nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Tampouco, tão aéreo. * Você viu o jogo de sábado? Então sabe muito bem que os 4 a 1 que o Palmeiras impingiu na querida Briosa não refletem o que foi o jogo. Não, pelo menos, a maior parte do jogo. Houve mesmo um instante, coisa de 10 minutos, no segundo tempo -quando a Portuguesa Beira-Mar marcou seu gol de empate-, em que o Palmeiras foi acuado na sua grande área e, por pouco, não se submeteu ao vexame da virada. Na verdade, essa acabou sendo a salvação alviverde. Empolgada, a Briosa partiu para cima do inimigo, avançou seu meio e permitiu que, por trás dele, Djalminha fizesse a festa. Três lançamentos geniais de Djalminha e eis a goleada que se materializa nos últimos momentos da partida. Moral da história: com esse resultado, o Palmeiras conseguiu safar-se de uma crise que se esboçava dentro do campo, depois da derrota diante do Corinthians e do empate com o Araçatuba e, fora dele, com a surpreendente saída de Brunoro. Mas não foge de uma realidade evidente -completo, com seus Cafus, Djalminhas, Violas, Rincóns e Luizões, é time pra ser campeão, sim senhor. Mas, basta uma ou duas baixas desse ilustre e restrito grupo, para que o Palmeiras caia no lugar comum. * Deve ser consequência daquela coisa de protestante falar direto com Deus, sem intermediários. Mas o fato é que americano vai mesmo direto ao ponto. E o ponto, no caso de se instalar telões nos estádios em apoio às decisões mais polêmicas dos juízes num jogo de futebol, é este, expresso pelo majorengo da liga deles lá: o juiz, querendo, pode recorrer ao VT, à vista de toda a galera nas arquibancadas; assim, reduzem-se a margem de erros, o que conferirá justiça maior ao resultado da partida, e a indignação dos torcedores, o que dará mais segurança aos estádios e um toque de civilidade à guerra entre os fanáticos da bola. Resumindo: justiça e transparência são as palavras-chaves. Já o nosso brasileiríssimo Jean-Marie Faustin Gaudefrois D'Havelange é contra. Prefere que paire a dúvida, alimento do esporte bretão, segundo sua visão sombria do futebol. Afinal -como dizia vovó-, à noite, todos os gatos são pardos. Os ratos também, acrescentava vovô, com aqueles olhinhos mergulhados num oceano de malícia. Texto Anterior: Defesas 'vencem' clássico no Pacaembu Próximo Texto: Divída sem fim Índice |
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