São Paulo, segunda-feira, 28 de abril de 1997
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Frentzen desencanta e embola Mundial

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
ENVIADO ESPECIAL A IMOLA

Tardou, mas não falhou. O alemão Heinz-Harald Frentzen finalmente superou suas dificuldades na Williams e venceu, ontem, o GP de San Marino de F-1.
Severamente criticado pela falta de resultados nas três primeiras etapas do Mundial, chegou mesmo a ser alvo de precipitadas especulações, que o colocavam fora da equipe inglesa antes do final do campeonato.
"Estou muito feliz. Após um difícil começo de temporada, me sinto com a alma lavada", afirmou o piloto, que, até ontem, só havia subido ao pódio na F-1 uma única vez -foi terceiro no GP da Itália de 1995, com a Sauber.
Michael Schumacher e Eddie Irvine, da Ferrari, completaram o pódio, enquanto o favorito Jacques Villeneuve abandonou a corrida após 40 voltas, com problemas no câmbio de seu Williams, quando era o terceiro colocado.
Ainda pontuaram Giancarlo Fisichella, Jean Alesi e Mika Hakkinen, resultado que embolou a classificação do Mundial. Nada menos que cinco pilotos somam 10 pontos, contra 20 de Villeneuve e 14 de Schumacher, os líderes.
Pouco antes da largada, a escolha de pneus gerou certa expectativa pois chovera pela manhã, em Imola. Já no grid, porém, todos optaram pelos lisos, de pista seca.
Pole, Villeneuve largou bem e manteve a ponta. Frentzen, porém, cedeu o segundo posto a Schumacher.
A situação se manteve até a primeira rodada de pits, sendo que o ferrarista foi o primeiro a parar, após 24 voltas.
Na 25ª volta, Villeneuve o repetiu, mas o trabalho da Williams foi mais lento, devolvendo o canadense à pista atrás da Ferrari.
Enquanto isso, Frentzen, orientado pela equipe, acelerou e fez duas boas voltas, livre de retardatários. Cumpriu sua parada e conseguiu voltar à pista ainda como líder, poucos metros à frente de Schumacher.
Mesmo com os pneus frios, soube suportar o ataque do rival de juventude e correu para a vitória.
"Foi ali que a corrida se decidiu", confirmou o ferrarista, se dizendo, porém, satisfeito com a segunda colocação.
Calmo e falando devagar, Frentzen declarou que estava mais preocupado em olhar para o céu do que para o espelho retrovisor.
"Meu grande temor era a chuva, que poderia atrapalhar tudo se voltasse a cair. Perto do final, lembrei de Melbourne e perguntei à equipe, pelo rádio, como poupar os freios", afirmou o vencedor, referindo-se à vitória perdida na Austrália por culpa do equipamento.
"Eles me disseram para não poupar, pois Michael estava muito próximo. Mesmo assim, preferi não forçar", disse.

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