São Paulo, segunda-feira, 28 de abril de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Esquisitice em dose dupla

THALES DE MENEZES
DA REPORTAGEM LOCAL

David Lynch tem fama de fazer filmes esquisitos: "Veludo Azul", "Twin Peaks", "Wild at Heart"...
Trent Reznor, do Nine Inch Nails, tem fama de fazer música com temas esquisitos: batidas de carro, carniça, pactos de sangue, crianças doentes, homens loucos...
Aí Lynch resolveu fazer um filme que parece com a música de Reznor. Saiu o filme mais esquisito da carreira do cineasta, com trilha sonora de... Trent Reznor.
"A Estrada Perdida", que acaba de estrear em São Paulo, tem duas tramas descontínuas, atores que interpretam vários personagens, personagem interpretado por vários atores e um mundo de cenas incompreensíveis.
A narrativa é maníaco-depressiva. Às vezes, o filme acelera, ganhando o jeitão de videoclipe (do Nine Inch Nails, lógico!). Em outros momentos, fica lento e claustrofóbico, de angustiar.
A história (se é que dá para chamá-la assim): uma mulher é brutalmente morta, e a polícia descobre um vídeo que incrimina o marido; jovem mecânico é seduzido pela namorada de um mafioso violento; a garota do gângster é atriz pornô e aparece, entre outras, numa transa com Marilyn Manson, asqueroso ícone do metal macabro que teve seu novo CD produzido por... sim, Trent Reznor.
David Lynch sabe incomodar um espectador. E a música de Trent Reznor não refresca nada.

Confira circuito e horários do filme no Acontece

Texto Anterior: Depile-se na intimidade de casa
Próximo Texto: Vírus x afinadores de piano
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.