São Paulo, segunda-feira, 28 de abril de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Revelações dos bastidores do festival

CLEMENTE
ESPECIAL PARA A FOLHA

Eis algumas observações de quem conferiu o Abril Pro Rock dentro e fora do palco.
Seattle é aqui
Os roadies deram um apelido carinhoso para Recife, a Seattle brasileira: "Cearáttle!!"
Boca cheia de dentes
Arnaldo Antunes era só sorrisos. Nem a imensa goteira que inundava seu camarim tirou seu bom humor. Brincou, dizendo que nem nos tempos de Titã ele tinha chuva particular no camarim...
A indignada
Telma Nardes, cenógrafa e cartunista de Curitiba, estava indignada e com razão: a caricatura de Chico Science desenhada por ela e que fazia parte do cenário do festival era usada na campanha de trânsito do governo de Pernambuco, sem autorização. E o cenário, que tanto a fez viajar, ninguém viu, tomou Doril e...
Pelo menos uma pessoa ficou contente com a mudança do festival, do enlameado Circo Maluco Beleza para o centro de convenções: um jornalista da "Gazeta do Povo", de Curitiba. Pelo menos este ano ele não teria de jogar fora seus sapatos, tal o cheiro de Manguetown neles.
Pop star
Max Cavalera realmente é um pop star internacional; pouca gente chegava até ele sem enfrentar uma enorme barreira de seguranças. Ele ganhou vários badulaques nativos para enfeitar sua casa em Phoenix e não foi ao primeiro dia do festival porque passou mal com a comida brasileira! Coisa de gringo.
Prata da casa
Este ano, o Devotos do Ódio lavou a égua como principal representante do mangue beat. Canibal, Neilton e Celo, os meninos do Alto do Zé do Pinho, exibiam instrumentos novos, visual novo e até sorrisos novos. É que eles estão lançando seu primeiro CD, "Agora Tá Valendo", pela BMG.
A incógnita
A pergunta mais feita no festival: quem é o DFL? Alguém já ouviu o DFL? Quem trouxe o DFL para o festival? Há mais coisas entre o céu e a terra...
Nota 10
Quem entrou no centro de convenções às 17h do dia 18 não acreditou que o festival começaria às 20h, como havia programado o "boss" Paulo André, tamanho o caos. O povo que chegou às 21h, pensando que havia chegado cedo, perdeu o show do Via Sat.
Fina estampa
A melhor maneira de compreender o espírito do evento era andar no meio do público e observar o que estava estampado em suas camisetas: Slayer, Raul Seixas, Nirvana, Chico Science... Ecletismo maior impossível.

Texto Anterior: O desempenho das bandas no Abril Pro Rock
Próximo Texto: Soundgarden foi vencido pelo tédio
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.