São Paulo, segunda-feira, 28 de abril de 1997 |
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"Nova" sinfônica abre temporada
IRINEU FRANCO PERPETUO
O novo Réquiem é garantido pela edição crítica da partitura, feita sob os auspícios da Universidade de Chicago, visando restaurar as marcações originais de articulação, fraseado e dinâmica do compositor -que foram alteradas, ao longo dos anos, por intérpretes e copistas. Embora utilize o texto da liturgia latina, o Réquiem tem música eminentemente profana -e operística. São árias, duetos e quartetos na melhor tradição verdiana -tendo a melodia da "Lacrimosa" sido tomada emprestada da ópera "Don Carlos". E são justamente o melodismo simples e a expressividade poderosamente lírica, os quais o transformam em uma espécie de ópera sem ação cênica, que têm garantido a popularidade do Réquiem. Nova Sinfônica A nova Sinfônica Municipal, "do nível de uma orquestra média européia", é o resultado das reformulações de pessoal iniciadas no ano passado, que alteraram substancialmente a composição dos sopros e das cordas. Para aprofundar as mudanças, o maestro criou um estúdio de música instrumental e vocal, destinado a realizar workshops com os solistas internacionais que tocam com a Municipal. "Ainda neste ano, vamos trazer cinco instrumentistas de cordas russos, que, além de professores do estúdio, vão tocar na orquestra", afirma. "Até o final de 1999, devemos trazer entre 12 e 14 músicos estrangeiros para completar os quadros da sinfônica". A orquestra está buscando um "spalla" (líder dos violinos). "Estamos fazendo rodízio, até conseguir um definitivo", afirmou. Em 97, a orquestra já tocou com o "spalla" da Ópera de Berlim, e, no "Réquiem", vai se apresentar com o da Ópera de Turim. Depois do "Réquiem", Karabtchevsky volta à Itália, onde rege a ópera "Cos fan tutte", de Mozart (em Palermo) e as "Quatro Peças Sacras", de Verdi (em Turim). O maestro continua como diretor artístico do teatro La Fenice, de Veneza, incendiado em janeiro do ano passado. "Estamos fazendo nossos concertos em uma estrutura de acrílico e lona, de acústica boa, que custou US$ 1 milhão." A companhia completa do La Fenice tem uma turnê agendada para o Japão, em setembro. Em 98, Karabtchevsky pretende trazê-la ao Brasil: "O custo não é tão grande, porque o governo italiano paga pelas passagens aéreas", afirmou o maestro. Concerto: Réquiem de Verdi Quando: hoje e quarta, às 21h Onde: Teatro Municipal (pça. Ramos de Azevedo, s/nº, região central, tel. 222-8698) Ingresso: de R$ 5 a R$ 35 Texto Anterior: Jallageas descreve o caos urbano Índice |
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