São Paulo, segunda-feira, 28 de abril de 1997 |
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'Coragem' mostra guerra inconsistente
MARILENE FELINTO
Em primeiro plano, neste "Coragem Sob Fogo" está o Exército americano e o governo republicano conservador de Bush, querendo encontrar e condecorar heróis do Golfo. O escolhido é um soldado fêmea, a capitã Karen Walden (Meg Ryan), aparentemente a única do sexo frágil a ter atuado na linha de frente da guerra. Para conduzir a investigação sobre se a atuação de Walden merece medalha, é designado o coronel Serling (Denzel Washington), que vive um drama de consciência. Durante um combate, ele errou o alvo, atingindo e destruindo um tanque de seu próprio grupo. A investigação segue indícios de uma provável insubordinação dos homens comandados pela capitã Walden, morta em combate. O objetivo é discutir a participação de mulheres no front. Mas Zwick fez um filme achatado e superficial -baseado em roteiro e romance de Patrick Sheane Duncan-, valendo-se do recurso da insistente repetição do mesmo episódio (o acidente com o helicóptero da capitã) para questionar os temas que lhe interessam. Podre por podre e napalm por napalm, "Platoon" já mostrou de modo mais consistente (e convincente) os bastidores de erros e desvios de norma das tropas americanas na hora H do front. O drama do coronel Serling -um negro que tem a coragem de enfrentar o Exército e sua própria crise existencial para descobrir toda a verdade sobre a morte da capitã- corre paralelo ao do ideal da mulher que quis ser soldado. É a obsessão americana pelas minorias -nesse caso, para mostrar o quanto elas são honradas e dignas de confiança. Filme: Coragem Sob Fogo Produção: EUA, 1996, 115 min. Direção: Edward Zwick Com: Denzel Washington, Meg Ryan Lançamento: Abril (tel. 011/837-4542) Texto Anterior: 'Irmãos McMullen' é comédia masculina Próximo Texto: Os mais retirados da semana Índice |
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