São Paulo, segunda-feira, 28 de abril de 1997 |
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Machu Picchu preserva a civilização quêchua
CLAUDIO GARON
As construções erguidas sobre terraços nas encostas do vale do Urubamba, mais de 500 metros acima das águas do rio, não foram a principal cidade, templo ou refúgio inca, fato que dá uma idéia das dimensões da cultura quêchua. Se essa comunidade agrícola e centro administrativo de uns mil habitantes era desse jeito, como deveria ser a Cuzco inca, capital de um império de milhões de súditos? Descoberta pelo pesquisador norte-americano Hiram Bingham em 1911, Machu Picchu era até então um segredo conhecido pelas populações do altiplano peruano. Hoje, quase que completamente explorada, Machu Picchu é objeto de inúmeras crenças esotéricas, entre elas a que acredita estar a cidade ligada à mineira São Tomé das Letras por um túnel. Muito pouco se sabe com certeza sobre Machu Picchu, mas parece certo que a cidade era capaz de prover seu próprio sustento agrícola, que a canalização e o armazenamento de água eram suficientes para o consumo e que ela servia de centro administrativo para um dos Estados do Império Inca. Também era a última cidade do império, já na descida dos Andes rumo à floresta. Talvez, por isso, era posto de vigilância fronteiriço. Energia Mas nada disso importa para os milhares de turistas que visitam anualmente a cidade, muitos deles em busca da energização que, dizem, se encontra na geografia sagrada do lugar. A cavaleiro da cidade encontra-se o Huayna Picchu -pico jovem, em oposição a Machu Picchu, pico velho-, acessível por um caminho algo tortuoso. No início desse trajeto, ainda no corpo principal da cidade, ficam o Templo da Lua e a Pedra Sagrada. Esta revela a importância que os quêchuas davam à geografia, pois, usada para fins rituais, nada mais é que a representação do relevo a sua volta. Há dois meios de chegar às ruínas: de trem ou a pé. O primeiro, opção da imensa maioria dos visitantes, começa na estação de São Pedro, em Cuzco, e leva de 3 a 5 horas, dependendo do trem escolhido. A parada mais próxima das ruínas é a estação de Aguas Calientes, a 2.000 metros de altitude. Dali, de ônibus, são 20 minutos de subida em ziguezague até a entrada das ruínas, 500 metros acima. O trem mais confortável, a automotriz de turismo, custa US$ 67, preço que inclui o transporte em ônibus e a entrada para as ruínas. O segundo meio é indicado para aventureiros e interessados na imersão total nos Andes peruanos. A Trilha Inca parte da ferrovia, por volta do km 80, e prevê de 3 a 4 dias de caminhada até as ruínas de Machu Picchu. Texto Anterior: Culinária local gosta de se comparar com a francesa Próximo Texto: Estrangeiro é fonte de renda Índice |
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