São Paulo, terça-feira, 29 de abril de 1997
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Área de cevada deve crescer 40% no Sul

VERENA GLASS
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O cultivo de cevada deve crescer 40% este ano, ocupando cerca de 100 mil ha no Sul do país (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul).
Com previsão de produção de 250 mil t, a cultura da cevada está diretamente ligada à capacidade de processamento da indústria cervejeira, praticamente o único mercado para o grão no país.
Como atualmente apenas Antarctica, Brahma e a Cooperativa Agrária (de Guarapuava-PR) fabricam o malte (matéria-prima para a produção de cerveja extraída da cevada), os produtores estão procurando contratar a venda do produto com uma dessas empresas antes de iniciar o plantio.
Valmir Ferrari, chefe da divisão agrícola da Antarctica, empresa que deve absorver 35% da safra nacional, alerta que o agricultor deve ter bom nível tecnológico para atender às exigências de qualidade da indústria cervejeira.
Segundo Ferrari, a Antarctica vem investindo em pesquisas para a melhoria da cultura e desenvolvimento de tecnologias de manejo, que são repassadas para os cerca de 1.250 agricultores parceiros.
Um exemplo é a indicação da escolha correta do solo para o plantio.
Segundo Ferrari, a cevada, como cultura de inverno, deve ser plantada em áreas anteriormente ocupadas pela soja. A palhada da soja em decomposição disponibiliza o nitrogênio para a cevada logo no início do plantio.
Já as áreas antes ocupadas por milho apresentam problemas. Como a palhada do milho tem decomposição mais lenta, a liberação da maior parte do nitrogênio no período da formação dos grãos aumenta o nível de proteína da cevada, o que compromete a sua qualidade.
Produzida com tecnologia, a cultura da cevada pode ser um bom negócio. Atualmente, a média nacional de produtividade fica em torno de 2.500 kg/ha, atingindo picos de até 5.400 kg/ha na região dos Campos Gerais do Paraná.
Com custo de produção em torno de R$ 287/ha e um preço médio ao produtor de R$ 160/t, o lucro de quem se enquadra na média nacional de produtividade não fica abaixo de 30%.
A Antarctica está desenvolvendo pesquisas para o plantio irrigado de cevada no Centro-Oeste, com bons resultados. Segundo Ferrari, se tudo correr bem, esta região poderá produzir a melhor cevada do mundo.

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