São Paulo, terça-feira, 29 de abril de 1997
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PM e manifestantes entram em choque

DA SUCURSAL DO RIO

A Polícia Militar entrou em confronto com manifestantes contra a privatização da Vale do Rio Doce, em frente ao prédio da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, na praça 15, centro do Rio, entre as 17h55 e 18h15, quando parou a ação sem retirá-los do local.
A polícia tentou empurrar os manifestantes para fora da área onde havia o protesto, deteve o sem-terra Rui Pereira da Silva e feriu no nariz o presidente da Ubes (União Brasileira de Estudantes Secundaristas), Kerinson Lopo.
Os policiais interromperam a ação a mando do comandante do policiamento, tenente coronel PM, Jorge Lindolfo, que disse ter havido uma decisão de seus superiores para que os manifestantes ficassem na praça 15, a 20 metros da porta da Bolsa, até as 21h.
O advogado do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Antônio Ziz, apresentou, às 18h45, ao tenente coronel Lindolfo um habeas corpus preventivo, dado pelo juiz da 29ª Vara Criminal, Carmo Antônio Sabino.
O habeas corpus estava em nome do advogado e permitia que ele circulasse pela área interditada. O oficial entrou em contato com o comandante geral da PM, Dorasil Corval, que o instruiu a manter a retirada dos manifestantes.
Durante o enfrentamento do final da tarde, os manifestantes gritavam "Diadema! Diadema!" para os PMs, em uma alusão aos espancamentos e assassinato praticados pela PM paulista na favela Naval.
Ainda pressionados pela PM para deixar o local em que estavam, os manifestantes cantaram o Hino Nacional e slogans contra o presidente FHC.
Por volta das 16h, o tenente-coronel Pedro Patrício Filho, comandante do 5º BPM afirmou haver "menos de cem" manifestantes. Os manifestantes esperam reunir 20 mil pessoas hoje.
O comando da PM planejava, ontem à tarde, permitir que as manifestações acontecessem hoje na rua 1º de Março, em frente à praça 15, onde fica localizada a Bolsa de Valores do Rio.
Segundo o major Leonardo Passos, do 5º BPM, coordenador geral do esquema de policiamento, o objetivo é "evitar o confronto" com os manifestantes.
No caso de a rua ser tomada para a realização do protesto, o trânsito será desviado para a rua da Assembléia, a última antes da praça 15, seguindo a mão de direção do trânsito. A primeira tentativa da polícia será a de manter o trânsito fluindo pela rua 1º de Março. Como a praça 15 está em obras, pela primeira vez em leilões de privatização ela foi totalmente isolada.

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