São Paulo, terça-feira, 29 de abril de 1997
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UNE organiza greve contra o provão de 97

LUCIANA BENATTI
DA REPORTAGEM LOCAL

A UNE (União Nacional dos Estudantes) está organizando para o dia 21 de maio uma greve nas universidades de todo o país contra a realização do provão de 97.
A idéia da UNE é se unir aos secundaristas, que vêm protestando contra a reforma do ensino técnico, para fazer passeatas por todo o país. A última manifestação liderada pela UNE e pela Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas) terminou com a ocupação e a depredação da Delegacia do MEC (Ministério da Educação) em São Paulo, no último dia 10.
A entidade já anunciou que pretende enviar uma proposta formal ao governo para que suspenda a realização do exame, que está previsto para acontecer em junho.
Caso a proposta não seja aceita, a intenção é ampliar o boicote. Em 96, a UNE liderou uma campanha de boicote com o slogan "Provão não prova nada".
Para este ano, o novo slogan será "Provão eu não faço".
Os alunos de engenharia civil da USP (Universidade de São Paulo) e da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) também já manifestaram a intenção de manter o boicote neste ano.
Segundo Marcelo Prado, 21, presidente do Centro de Engenharia Civil da USP, este ano os alunos pretendem conseguir o apoio da diretoria da faculdade ao boicote.
Em 96, a faculdade promoveu um boicote paralelo ao da UNE por não concordar com a forma de atuação da entidade, como por exemplo a realização de piquetes na porta de escolas.
Na Unicamp, Danilo Pitarello, 20, diretor do DCE, afirma que os alunos de odontologia e engenharia química, que deverão fazer o exame em junho, estão dispostos a entregar a prova em branco.
Apoio ao provão
Para dirigentes de escolas, o provão merece reparos, mas é uma iniciativa importante. "É indispensável avaliar os cursos e o esforço do MEC é louvável, mas o exame é só um indicador", disse ontem o reitor da PUC de São Paulo, Antonio Carlos Ronca.
"É preciso levar em conta outros itens, como os títulos e livros publicados pelos professores e o retorno que a universidade dá à sociedade, mesmo quando se trata de uma particular."
O coordenador do curso de graduação da Fundação Getúlio Vargas, Carlos Ernesto Ferreira, diz que o provão tem aspectos positivos, que ajudam a retratar a realidade. "Fiquei satisfeito em saber que nossos alunos foram bem."

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