São Paulo, terça-feira, 29 de abril de 1997
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Funcionária é suspeita de cobrar propina para apressar registros

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Ministério da Saúde abriu sindicância ontem e pediu ajuda da Polícia Federal para investigar a suspeita de que a funcionária Rosana Figueira estaria cobrando propina de R$ 6.000 para apressar registros de produtos alimentícios.
Rosana se encontrou ontem com o procurador do Ministério, Edelberto Silva, e entregou os extratos de sua conta relativos aos últimos três meses. Silva disse que a movimentação bancária de Rosana é compatível com o seu salário (cerca de R$ 900). Assim mesmo optou pela abertura de sindicância para apurar a denúncia.
O procurador também disse que Rosana trabalhou apenas quatro meses na Vigilância Sanitária, entre novembro de 95 e março de 96. Depois, foi lotada em outro setor. A Folha apurou que ela está, agora, na assessoria de Comunicação Social.
O secretário-executivo do Ministério, Barjas Negri, afirmou que a Polícia Federal terá condições de pedir à Justiça a quebra do sigilo bancário de Rosana. Mas acrescentou que a própria funcionária se dispôs a prestar as informações necessárias à sindicância.
Segundo a denúncia, quem não paga a propina cobrada por um grupo de funcionários do ministério espera até 190 dias para fazer o registro de um produto alimentício. A secretária da Vigilância, Marta Nóbrega, admitiu que há falhas no sistema operacional do setor, que não está informatizado.
Rosana divulgou ontem um comunicado. "Já dei as explicações a quem deveria dar. Me coloquei à disposição para vasculharem o que quiserem, extratos, contas, tudo. Quem não deve, não teme", disse a funcionária.

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