São Paulo, quinta-feira, 1 de maio de 1997
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Custo-benefício; Gosto tucano; Futuro em jogo; A razão da guerra; Passou a perna; O contribuinte agradece; Mui amigo; Trem da alegria; Troco preparado; Sem cacife; Banho de povo; Relação ruim; Jogo perigoso; Moral abaixo; Alarme geral; Fiscal contra fiscal; Visita à Folha

Custo-benefício
Cresce no Planalto e no PSDB a dúvida sobre a conveniência de ter um aliado dividido como o PMDB em 98. Para um ministro tucano, com o fim da fase das reformas, o partido não teria o que oferecer a FHC no 2º mandato.

Gosto tucano
Aos governadores do PMDB, FHC deixou claro que prefere o deputado Aloysio Nunes nos Transportes e o senador José Fogaça na Justiça. No Congresso, Serjão é tido como o pai da idéia.

Futuro em jogo
Michel Temer estava contrariado ontem com FHC, que já teria prometido indicar Eliseu Padilha para os Transportes. Sofrerá derrota no PMDB se o Planalto optar por Aloysio Nunes.

A razão da guerra
Além da pasta das Comunicações, o Ministério dos Transportes é o único que tem verbas que poderão ajudar muitos projetos políticos em 98. Serjão quer controlá-lo. E o PMDB de Michel Temer e Geddel Lima também.

Passou a perna
Interino na Justiça, Milton Seligman é o novo interlocutor entre o MST e o governo. Raul Jungmann (Política Fundiária) recorreu a ele para articular uma reunião ontem com Zé Rainha.

O contribuinte agradece
FHC comunicou ao PMDB que morreu a chance de criar um ministério de política regional.

Mui amigo
Pegou que nem fogo no cerrado uma proposta de José Agripino (PFL), que é aliado de FHC, à emenda da reeleição: deixar a recondução de governadores para 2002. O Planalto não quer. A emenda voltaria à Câmara.

Trem da alegria
A Câmara vota, em breve, projeto que permite funcionários de nível médio da Casa ocuparem postos antes reservados para quem tinha curso superior. Os primeiros beneficiados podem ser parentes de deputados.

Troco preparado
Geddel Lima aguarda a nomeação dos ministros do PMDB para indicar os membros do partido para a comissão especial do FEF. Se FHC não pôr Padilha nos Transportes, o líder deve indicar ossos duros para o governo.

Sem cacife
Setores do Planalto acham que FHC perdeu tempo ao conversar com os governadores do PMDB sobre ajuda na reforma administrativa. Exemplo: dissidência na base de Antônio Britto (RS).

Banho de povo
Kandir e autoridades do BNDES usarão helicóptero para entrar na Bolsa do Rio no dia do leilão da Vale. Como a bolsa não tem heliporto, descerão em edifício vizinho, já na área de isolamento, evitando os protestos.

Relação ruim
FHC criticou as decisões do Judiciário sobre a Vale na reunião com os governadores tucanos. Disse que o "serviço legal está a serviço de uma causa política".

Jogo perigoso
De Lindberg Farias (PC do B-RJ), exibindo gesso no braço que ganhou depois da pancadaria na manifestação contra a venda da Vale no Rio: "Não vamos apanhar mais. Na próxima, vamos com coquetéis Molotov".

Moral abaixo
Lideranças governistas avaliam que o adiamento do leilão da Vale prejudicará a votação da reforma administrativa, pois dispersará a energia de FHC.

Alarme geral
A Organização Mundial de Saúde divulga na segunda, em Washington, que o número de mortes por câncer no mundo irá dobrar nos próximos 25 anos.

Fiscal contra fiscal
A Receita está em pé de guerra com o TCU. O tribunal decidiu fazer auditoria no órgão. O Leão não gostou de ser fiscalizado e recorreu ao STF. Ganhou liminar suspendendo a auditoria.

Visita à Folha
O diretor-científico da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), José Fernando Perez, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço.

E-mail: painel@uol.com.br

TIROTEIO
De Henrique Alves (RN), da ala de Michel Temer, sobre os ministeriáveis do PMDB:
- FHC já ouviu as lideranças do partido. Esperamos para ver que segmentos quer prestigiar. Ele sempre soube que nunca houve unanimidade no PMDB sobre qualquer governo.

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