São Paulo, quinta-feira, 1 de maio de 1997
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Ministro foi "advogado de presos pobres"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Demócrito Ramos Reinaldo, 64, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), foi vereador de Sumé (PB), de 1955 a 1959, e advogado de "presos pobres" em São José do Egito (PE), dois anos depois, conforme ele cita em seu currículo.
Na condição de relator de uma ação de conflito de competência ajuizada pela Advocacia Geral da União, ele é o responsável pela decisão judicial (liminar) que poderá permitir o leilão da Vale.
Reinaldo também incluiu em seu currículo duas passagens, no total de quatro dias, pelo governo de Pernambuco: 20 e 21 de setembro de 1987 e 15 e 16 de maio de 1990, como vice-presidente e depois presidente do Tribunal de Justiça do Estado.
Paraíba
Ele nasceu em Alagoa do Monteiro (PB), é casado com Maria do Carmo Valadares Vieira Ramos e bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito da Universidade Federal da Paraíba (em 1959).
Nomeado membro do STJ em junho de 1991, é considerado um ministro de atuação discreta.
Em novembro do ano passado, negou liminar em um mandado de segurança ajuizado pela UNE (União Nacional dos Estudantes), em uma última tentativa da entidade de impedir a realização do provão (exame nacional de cursos).
Ontem, ao receber os jornalistas em sua sala, Demócrito Reinaldo queixou-se da falta de interesse da imprensa em divulgar outras decisões judiciais. "Julgamos 2.500 processos por ano".
Ele também se mostrou preocupado em mostrar a imparcialidade do magistrado em relação aos interesses políticos do governo.
"Essa é uma matéria que envolve questões de interesse político, diretrizes do governo, que não interessam absolutamente ao Judiciário. Ao Judiciário, interessa exclusivamente a questão jurídica."

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