São Paulo, quinta-feira, 1 de maio de 1997
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SP quer reverter decisão no julgamento final do STF

ROGERIO SCHLEGEL
DA REPORTAGEM LOCAL

O Poder Executivo paulista acredita que poderá reverter a decisão contrária à lei dos convênios quando houver julgamento do mérito do processo no Supremo.
Ressaltando que não conhecia o teor da decisão do STF, o secretário Belisário dos Santos Júnior (Justiça) informou ontem, por intermédio de sua assessoria, que vai municiar a Procuradoria Geral do Estado de informações. Ele espera decisão favorável na apreciação final do conteúdo da ação.
A declaração leva a crer que São Paulo não vai tentar cassar a liminar agora, o que não foi confirmado pela assessoria.
Para o secretário estadual da Justiça, a lei não provocaria a quebra financeira das empresas de saúde -hipótese discutida no plenário do Supremo. Ela apenas identificava cláusulas abusivas que já haviam sido consideradas nulas pelo Judiciário em decisões anteriores.
Nenhuma multa
A Secretaria da Justiça informou que até ontem o Procon não havia multado nenhuma empresa de saúde com base na nova lei.
Caso a decisão que suspendeu a aplicação da lei seja confirmada na apreciação do mérito, os processos administrativos abertos contra convênios denunciados ao Procon serão considerados sem efeito.
O Procon de São Paulo foi procurado ontem, mas informou que só vai se manifestar amanhã.
Avanços
O deputado estadual Paulo Teixeira (PT), autor da lei, lamentou a concessão da liminar e disse que a nova legislação trouxe avanços durante sua vigência.
"Houve vários acordos entre convênio e cliente com base nela, o que mostra que muitas exclusões previstas em contrato eram descabidas e que as empresas suportam bem as novas obrigações do ponto de vista financeiro", disse.
Ele espera que a decisão contrária à lei seja revertida quando o Supremo apreciar o mérito da ação. Em sua opinião, não há dúvidas de que a lei versa sobre saúde, assunto sobre o qual a esfera estadual também pode legislar.
Paulo Teixeira conta com a possibilidade de que novas leis para o setor, nacionais, venham a ser criadas no Congresso.
"Antes, as empresas de saúde e os deputados que representam o interesse delas obstruíam a votação de qualquer projeto criando regras para a área", disse Teixeira.
"A lei fez com que mudassem de postura e aceitassem negociar a regulamentação. Esperemos que seja aprovada nova regra, que traga respeito ao consumidor."

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