São Paulo, quinta-feira, 1 de maio de 1997
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Coronel reconhece PM agressor

DA SUCURSAL DO RIO

O corregedor da Polícia Militar do Rio, coronel Laercio Pacheco, disse ontem, em depoimento na Auditoria Militar, que o major Álvaro Rodrigues Garcia reconheceu a si mesmo e identificou os outros cinco policiais militares nas imagens que mostram agressões de PMs a moradores da Cidade de Deus (zona oeste).
Duas das vítimas foram ouvidas ontem e, encapuzadas, para preservar suas identidades, reconheceram os policiais. O reconhecimento durou só dez segundos.
Foi o primeiro encontro entre vítimas e PMs desde 23 de março, quando um cinegrafista amador flagrou as cenas das agressões.
As imagens foram exibidas pela Rede Globo no dia 7 de abril.
Garcia comandava o grupo de policiais militares, todos pertencentes ao 18º BPM (Batalhão de Polícia Militar), em Jacarepaguá. O corregedor da PM disse não ter qualquer dúvida da participação dos PMs nas agressões.
Segundo Pacheco, o major Garcia, ao fazer a identificação dos companheiros, só se reconheceu nas imagens em que aparece apontando o dedo para duas mulheres, mas não espancando as vítimas com um bastão.
Labirintite
Pereira é acusado de ter espancado Lee Gilbert Barreto, o rapaz que teve o tímpano rompido em consequência das agressões dos policiais militares.
Lee Gilbert reconheceu o major Álvaro Garcia entre os policiais que o agrediram, mas se atrapalhou e apontou Pereira -até então ausente da sessão- entre os policiais.
O juiz Marcius Ferreira determinou que Pereira fosse trazido ao plenário, mas o cabo só chegou às 17h, depois que as vítimas já haviam deixado o local. A mãe de Lee Gilbert, Fátima Barreto, também depôs.
O tenente-coronel Maurício Ghedini, comandante do 18º BPM à época das agressões na Cidade de Deus, defendeu o major Garcia ao prestar depoimento, ontem de manhã, na CPI da Assembléia Legislativa que investiga casos de violência.
"O major é um homem íntegro. É meu homem de confiança e sempre será. Cometeu só excesso de rigor. Está fazendo muita falta à corporação", afirmou Ghedini.

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