São Paulo, quinta-feira, 1 de maio de 1997 |
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Ceará afasta 35 policiais suspeitos
PAULO MOTA
Na Polícia Civil, a medida atingiu 16 agentes e 9 delegados, entre eles o ex-secretário da Segurança Pública do Ceará Quintino Farias e o ex-secretário da Segurança de Roraima Jaime de Paula Pessoa. Três capitães, três sargentos e três soldados da PM foram afastados de suas funções para que as acusações que pesam contra eles sejam analisadas pelo Conselho de Justificação da PM, instância que julga a expulsão de policiais. Freire disse que baseou a decisão do afastamento num relatório parcial de uma investigação feita por uma comissão formada por representantes do Ministério Público, OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e das polícias Civil e Militar. A comissão foi criada pelo governador do Ceará, Tasso Jereissati (PSDB), para apurar as denúncias do policial civil João Alves França, preso em fevereiro, acusado de tráfico e roubo de carros. Ao ser preso, França denunciou o envolvimento de policiais civis e militares com uma gangue de roubo de carro, extorsão, prostituição infantil e tráfico de drogas e armas. Freire disse que "não podia detalhar" as acusações, mas que "genericamente" as denúncias de França tinham se confirmado. O relatório indica ainda a participação de dois advogados na gangue, que seria comandada por um empresário que está desaparecido. Segundo Freire, os policiais afastados responderão a 49 processos administrativos, que serão conduzidos por uma corregedoria externa às polícias, formada por representantes do Ministério Público, OAB e entidades de defesa dos direitos humanos. A emenda de criação da corregedoria externa está em tramitação na Assembléia Legislativa e deverá ser votada até o fim do mês. A emenda propõe também a unificação do comando das duas polícias. O presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Ceará, Elias Alves, disse que concorda "inteiramente" com o afastamento dos policiais, mas defende a garantia do direito de defesa de cada um nos processos. Farias e Pessoa foram procurados ontem, por telefone, mas não foram encontrados. Em entrevista anterior à Agência Folha, Farias negou as acusações. Texto Anterior: Coronel reconhece PM agressor Próximo Texto: Para Covas, visitas de Lisboa são normais Índice |
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