São Paulo, quinta-feira, 1 de maio de 1997
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Michael Jackson é esperado em Cannes

AMIR LABAKI
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

Michael Jackson promete repetir Madonna em 1991 e roubar a festa de Cannes-97. O pop star americano deve surgir na Croisette para o lançamento "hors concours" do curta-metragem de 40 minutos que acaba de protagonizar. É "Ghosts" (Fantasmas), de Stan Winston, um dos magos dos efeitos especiais por computador ("Exterminador do Futuro 2").
Não será a primeira vez que formatos alternativos disputam as atenções com a nata da produção anual de longas-metragens. Aliás, na edição inaugural do evento, em 1946, a seleção de curtas-metragens (64) era sensivelmente mais extensa do que a de longas (44). Era também quase tão carimbada: nada menos que Walt Disney, Jean Renoir, Jacques Cousteau e Luigi Comencini foram batizados em Cannes através de curtas.
A balança contudo logo pendeu para os longas, ainda que a premiação de curtas tenha acompanhado a história do festival, com interrupções pontuais. A lista de vitoriosos na categoria inclui uma relação heterogênea que vai de Norman MacLaren ("Blinkity Blank", 1955) a Jane Campion ("Peel", 1986), de Joris Ivens ("O Sena Reencontrou Paris", 1958) a François Reichenbach ("Le Douceur du Village", 1964).
Nomes imediatamente reconhecíveis são, porém, a exceção. Poucos vencedores seguiram o exemplo de Campion e fizeram carreira também no longa-metragem. O Brasil destacou-se por duas vezes: em 1977, "Di", de Glauber Rocha, conquistou um Prêmio Especial do Júri e, cinco anos depois, a animação "Meow", de Marcos Magalhães, levava o Prêmio do Júri.
A ascensão nos anos 80 do Festival de Curtas-Metragens de Clermont-Ferrand (centro da França), até tornar-se o principal evento mundial do gênero, acabou por esvaziar progressivamente a competição de Cannes.
Nas últimas edições, contudo, houve uma acelerada recuperação. No ano passado, tornou-se necessária uma sessão extra de curtas concorrentes.
A lista de concorrentes deste ano (leia quadro) não traz cineastas de prestígio como o português João César Monteiro, que participou da disputa de 1996.
Reduziu-se o número de selecionados (de 14 para 11) e de nacionalidades (de 11 para oito). Sete são europeus; latino-americanos, nenhum. EUA, França e Itália emplacaram cada qual dois títulos.
A ficção domina, mas o cinema de animação mostra sua força com três filmes.

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